Mais Lidas

Darlan Cunha planeja carreira no rap: 'a arte salvou minha vida'

'O espaço para atores negros é limitado, as oportunidades não são suficientes', diz o ator, famoso pelo personagem Laranjinha da série Cidade dos Homens

Darlan Cunha
Darlan Cunha -
Poucos atores são tão identificados com as favelas do Rio mais do que Darlan Cunha. As comunidades são parte da sua trajetória de vida - morou no Jacaré, na Mangueira, no Catumbi e no Vidigal -, e também da carreira de ator, marcada pelos personagens Laranjinha, da série e filme Cidade dos Homens (2007), e Filé com Fritas, do premiado filme Cidade de Deus (2002). Darlan começou cedo e já fez muito, mas pretende ainda mais, sempre grato pela arte.
"A arte salvou a minha vida, o teatro salvou a minha vida", diz o ator, também famoso pelo papel de Duca, protagonista do filme Meu Tio Matou um Cara (2004). Aos 31 anos, Darlan percebe que sua vida nas comunidades e sua carreira de ator eram indissociáveis. O Darlan da vida real ou o Laranjinha da ficção são referência para outros jovens negros e oriundos da favela da nova geração.
"Ficar famoso só foi consequência do meu trabalho. Eu não acredito que exista o mundo real e o global, eu precisava ser real e global ao mesmo tempo, eu não pensava nisso na época. Eu entendia que eu era um menino negro que ninguém acreditava e ninguém dava nada, que fez o melhor filme e a melhor série brasileira e passou a ser a ser referência e exemplo pra vários outros negros e pobres. Respondendo pelo ator negro 'eu': o espaço é limitado, o mercado é limitado, as oportunidades não são suficientes!
Muito complicado ser ator", aponta.
Darlan Cunha - Marcela Sanches/DIVULGAÇÃO
Assim como muitos outros artistas impulsionados pelo sucesso de Cidade de Deus, Darlan observou as mudanças de como a televisão e o cinema tratam a favela e o favelado. A melhora foi relativa. Para ele, "a sociedade mudou o jeito de se relacionar com o morador de favela, mas eu acho que o tratamento continua o mesmo", diz o ator carioca, que é reconhecido e se reconhece nas várias favelas onde morou. "Eu acho que a questão não é eu me considerar cria, e sim onde sou tratado como cria! No Jacaré e Mangueira me tratam como cria, então me considero cria desses dois lugares".
Darlan tem planos de expandir sua carreira para o rap, que sempre esteve por perto. "Eu desde moleque sempre sonhei em cantar rap! O rap me ensinou e me ensina muita coisa! E a música está mudando a minha vida. Estou realizando um sonho e vou lançar músicas e clipes esse ano", promete.
Darlan Cunha - DIVULGAÇÃO
Darlan Cunha DIVULGAÇÃO
Darlan Cunha DIVULGAÇÃO
Darlan Cunha YAN CARPENTER/DIVULGAÇÃO
Darlan Cunha Marcela Sanches/DIVULGAÇÃO
Darlan Cunha YAN CARPENTER/DIVULGAÇÃO