Rainha de Bateria da Viradouro conta expectativas para Carnaval

A coluna já começa a esquentar os tamborins para o Carnaval, dando início à série de entrevistas com Rainhas de Bateria do Grupo Especial. A estreia é com Raissa Machado, da Viradouro, que fala sobre a expectativa para o desfile e o título de primeira-dama de Niterói, já que seu marido, Paulo Bagueira, que era presidente da Câmara, assumiu a prefeitura.

Acha que vai ser uma emoção e uma responsabilidade diferentes pisar na Sapucaí como Rainha de Bateria da Viradouro com a escola no Grupo Especial?

Entrar na Avenida com a Viradouro é sempre especial. Já pisei na Sapucaí no Grupo Especial em 2015 com a Viradouro. A responsabilidade é enorme sempre. Estar no templo do samba é algo mágico. Este ano será mais especial e emocionante. Sonhava com esse momento especial, nessa fase linda que estamos e eu reinando à frente da bateria comandada por Mestre Ciça.

Este é seu sexto ano à frente da bateria da Viradouro. Ainda rola aquele frio na barriga antes do desfile ou já fica mais tranquila?

Tranquila? Jamais. Todo ano é diferente, emoção diferente, expectativa enorme de tudo dar certo. É um misto de sensações que dão frio na barriga.

Como está a expectativa para o desfile da escola deste ano?

Expectativa de tudo sair do jeito que está sendo planejado e trabalhado durante todo esse tempo.

Como é sua relação com os integrantes da escola?

Minha relação e integração com todos os ritmistas é simplesmente sensacional. Me sinto numa família enorme. A cada ensaio, a cada evento na quadra, é muita energia boa. Fica até difícil resumir tanto carinho, amizade e respeito. Já são 11 anos nessa escola de emoção.

Qual é o momento mais difícil de enfrentar na Sapucaí? E o mais prazeroso?

Momento difícil não existe. Existe aquele nervoso de ver a escola montando, os carros tomando completamente a forma e tudo ficar do jeito que foi criado e sonhado. Prazeroso é entrar e ver toda a Sapucaí linda e cheia de pessoas na expectativa de um grande desfile. Todos os olhares voltados para a gente.

Tem algum ritual antes de entrar na Avenida?

Preciso de uns minutos com Ele, sabe? Deus e eu! Agradecer e pedir para que tudo corra bem com a minha escola e todas as outras coirmãs.

Pode adiantar algo sobre a sua fantasia?

Minha fantasia será dentro do contexto do enredo, confortável, pois gosto de evoluir, de me entregar na Avenida. O resto não posso contar porque é segredo (risos).

Você está há 11 anos na Viradouro. Desfilaria em outra escola?

Já desfilei! Me dedico 100% para Viradouro. Amo Carnaval e ser Rainha da escola que amo é algo que você não tem noção. Não posso dizer não desfilaria em outra escola e em outro momento.

Se perdesse o posto de Rainha da Viradouro, desfilaria em outra ala da escola?

Sem dúvidas! Estou Rainha, mas eu sou e sempre serei Viradouro. Sou uma integrante da escola. Nunca me vi diferente dos demais seguimentos por estar em um posto que tem destaque.

Como você lida com o assédio masculino no meio do samba?

Assédio existe em todos os lugares. Mas quando a mulher se valoriza e não dá brechas, o próprio homem já muda a postura.

Você é linda e, no Carnaval, chama ainda mais atenção. Seu marido, Paulo Bagueira, fica com ciúme?

Não acredito! Existe uma parceria enorme, ele praticamente só vê a minha fantasia no dia do desfile. Ele sabe a mulher que tem e sabe muito bem como eu me posiciono nos momentos que ele pode se sentir afetado. Acredito que podemos tirar o ciúme e colocar orgulho.

Agora, você é primeira-dama de Niterói. Algo muda com isso? Há uma maior cobrança?

São situações distintas. Meu marido está exercendo a função de prefeito numa condição excepcional. Sou Rainha da Viradouro há seis anos, minha escola do coração, minha casa há 11 anos. Não fico nervosa! Não muda nada. Já estou casada há seis anos e vivo com ele há quase 10 anos. Sempre levei minha vida normal. Sempre fiz tudo que gosto, independente da posição política dele. Ele sempre apoiou.

O seu posto de primeira-dama vai influenciar na sua fantasia?

Não, jamais mudaria. Eu sou Rainha antes de qualquer coisa. E não é a roupa que vou usar que vai mudar meu caráter, minha posição e a mulher que eu sou.

Você sempre gostou de Carnaval?

Carnaval é contagiante! Minha mãe me levava para bailinho infantil, Carnaval de rua, me fantasiava. Como não amar o Carnaval?

Como é a Raissa longe dos holofotes do Carnaval? É mãezona?

Sou tímida, reservada. Aprendi a ser mãezona tendo uma mãezona como espelho. Ser mãe me fez olhar a vida de outra forma, me fazendo perdoar, me fez me doar mais pelo próximo. Sou uma mãe dedicada, amorosa, amiga e adoro brincar.

Quais são seus segredos de beleza?

Me cuido o ano inteiro. Porém, gosto de comer, sou boa de boca. Se eu relaxar, já viu, né? Quando retomamos os ensaios, tenho que redobrar o cuidado na alimentação e condicionamento físico. Meu treino é acompanhado sempre pelo profissional de Educação Física. Mantenho uma alimentação saudável e própria para a minha preparação. Faço tratamentos estéticos três vezes na semana.