Repórter Julie Alves quer processar servidor que a agrediu
Reprodução
Julie Alves e Elza Soares
Divulgação
Julie Alves
Marcos Ferreira
“É muito difícil se recuperar psicologicamente de um fato como este que nos abala muito. Recebi muitas ligações de amigos e familiares preocupados com a minha integridade, mas eu preciso trabalhar. Tenho dois filhos para criar e só quero fazer o meu trabalho. Quero ser respeitada. O racismo existe, não é velado. Esse episódio é um racismo explícito e cruel. Espero que esse crime que aconteceu comigo, sirva de exemplo para outros colegas não abaixarem a cabeça e não deixarem que ninguém o diminua pela sua cor. Eu e o cinegrafista estamos conversando sobre isso para procurar um advogado e irmos atrás de nossos direitos”, disse Julie Alves, contratada do CNT Rio, em entrevista à revista Quem.
De acordo com a jornalista, o câmera entrou no posto e ela foi em seguida. No percurso, o homem teria dito. “Vai gravar sua macaca? Vai gravar seu gordão?’”. Em seguida, o servidor teria dado um tapa no braço dela e derrubou o microfone da repórter no chão.
“Depois de toda a confusão, que ele veio para cima da gente, eu e o cinegrafista fomos levados para uma sala, que estávamos passando mal, e lá dentro estava a secretária de saúde, Rosilene Moraes dos Anjos, e o funcionário dela entrou depois para nos intimidar e nos ameaçou, mais uma vez, dentro do gabinete. Foi quando saímos e fomos levados pelo Samu para outro hospital. Tive uma crise de nervoso e pressão arterial alterada”, relata ela, que depois foi até a 63ªDP (Japeri) registrar um boletim de ocorrência.
Com passagem no SBTe na Rede TV!, onde atuou como repórter da Sonia Abrão, Julie lutou muito para se formar em Jornalismo. Apesar da experiência no jornal comunitário, a repórter nunca escondeu seu sonho de trabalhar na TV.