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Longa espera por leito

Conta não fecha: há fila por vagas em UTI e mais de mil acomodações disponíveis

A pandemia do novo coronavírus expõe o drama da falta de leitos na rede pública do Rio. Segundo Alexandre Telles, diretor do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed-RJ), há, em todo o estado, 1.300 leitos inativos nas redes municipal, estadual e federal de saúde. Ele aponta motivos diversos, como falta de profissionais, equipamentos danificados ou cancelamento de cirurgias eletivas. Segundo Telles, existem, só no município do Rio, 300 pessoas à espera de vaga em CTI.

"Nós estamos em meio a uma pandemia, com leitos sem uso e pessoas sofrendo à espera de atendimento. Isso não pode acontecer", diz Telles.

Um dos pacientes com sintomas de covid-19 que aguardam leito é Aidano Jacinto de Melo, de 84 anos. Com febre, dores no corpo e baixa saturação de oxigênio, ele deu entrada no Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador, onde ficou deitado sobre cadeiras aguardando atendimento médico.

"Tivemos que levar travesseiro e lençol para o hospital, porque ele ia dormir sem nada. Ele não fez o teste para coronavírus, mas está em uma sala com oito pessoas com suspeitas da covid-19", conta Rosângela Melo, nora do paciente, que desabafa: "Pagamos nossas contas em dia, mas, quando precisamos do estado, somos tratados como lixo".