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PROTESTO DA SAÚDE

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Funcionários da Saúde e do Samu lotaram as escadarias da Alerj
Funcionários da Saúde e do Samu lotaram as escadarias da Alerj -

Horas antes da sessão que deu prosseguimento ao processo de impeachment do governador Wilson Witzel, profissionais da Saúde protestaram nas escadarias da Alerj. Eram dois grupos: do Samu e dos agentes que atuam nos hospitais federais do Rio. Eles já estavam em atuação no serviço de emergência, mas não foram reaproveitados nos novos editais de contratação temporária, lançados pelo estado federal, e alegam fraude.

Protestos também na rede federal

Ao lado dos agentes do Samu, os profissionais temporários que atuam nos hospitais e institutos federais do Rio também protestaram na porta da Alerj, na manhã de ontem. Eles alegam fraude no Edital nº 14/2020, publicado pelo Ministério da Saúde, em 31 de agosto, para a contratação de até 4.117 profissionais. 

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio (Sindsprev/RJ), cerca de 70% dos profissionais em atuação nos hospitais e institutos federais, alguns com mais de 20 anos de atividades, serão substituídos, em 31 de dezembro, por pessoas sem experiência comprovada. 

A diretoria do sindicato alega fraude no edital, pois essa parcela de profissionais teve pontuação zerada mesmo com formação acadêmica e tempo de serviço comprovado, o que contaria pontos no processo seletivo. 

"Ao mesmo tempo, pessoas sem graduação entraram, e outras, com 18 ou 20 anos de casa, foram reprovadas. Eu mesma tenho 11 anos de atuação no Hospital Federal do Andaraí e fui reprovada. Isso aconteceu em toda a rede federa do Rio, e vai se refletir na queda de qualidade do serviço prestado à população", diz a assistente social Márcia Caetano.

Na última sexta-feira, a Defensoria Pública da União (DPU) encaminhou ofício à Superintendência do Ministério da Saúde no Rio cobrando explicações. No documento, a DPU afirma que problemas de ordem técnica dificultaram a contabilização do tempo de serviço dos candidatos, e solicita que seja publicado edital aditivo com possibilidade de recurso pelos candidatos reprovados. 

Em nota, o Ministério da Saúde disse que o edital foi realizado em total alinhamento à legislação vigente. E que qualquer eventual inconsistência poderá ser objeto de recurso, entre os dias 15 e 16 de outubro. "As análises dos pedidos serão realizadas entre 17 e 23 de outubro, e a divulgação dos resultados dos recursos será no dia 25. A homologação final está prevista até 30 de outubro", afirma a nota.