PM e Bombeiros vão abrir vagas remuneradas para cinco mil voluntários

Novo programa do Governo do Estado escolherá jovens entre 18 e 29 anos para trabalhar em funções administrativas; Polícia Civil também deverá fazer seleção semelhante

Governador Cláudio Castro e outras autoridades durante lançamento de programa de voluntários
Governador Cláudio Castro e outras autoridades durante lançamento de programa de voluntários -
Rio- O Governo do Rio anunciou nesta quarta-feira (21) a criação de um programa que cria o Corpo de Voluntários da Polícia Militar e dos Bombeiros. As duas corporações farão processos seletivos para admitir 5 mil jovens entre 18 e 29 anos para trabalhar em funções administrativas nas respectivas secretarias.
Cada voluntário receberá uma remuneração de dois salários mínimos (R$ 2.640). O programa tem vigência de um ano, com prorrogação de mais um, totalizando o período de dois anos. A jornada semanal será de 40 horas com jornadas diárias de 8 horas. 
O anúncio foi feito pelo governador Cláudio Castro na manhã desta quarta-feira (21) em solenidade no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio. O decreto foi publicado em edição extra em Diário Oficial durante a tarde.

O governador afirmou que um dos objetivos da medida é liberar mais agentes militares para atuarem em suas funções de origem. Cláudio Castro anunciou, também, que haverá um programa parecido para a Polícia Civil.

A expectativa é de que sejam abertas três mil vagas para a Polícia Militar e outras duas mil para o Corpo de Bombeiros. Os detalhes de cada processo seletivo e datas de inscrição ainda serão divulgados pelas respectivas secretarias de Estado.
O secretário de Polícia Militar do Rio, coronel Luiz Henrique Pires, afirmou que a medida vai ajudar a aumentar o policiamento nas ruas e a sensação de segurança no estado.

"É um momento inovador que abre oportunidade para jovens que entram no mercado de trabalho agregarem valor às nossas unidades para que a gente possa recuperar efetivo para nossa atividade-fim", disse Pires na cerimônia de assinatura do decreto. O secretário da PM reconheceu o déficit de efetivo da tropa. "No caso da Polícia Militar, nós precisamos disso diariamente. A nossa busca é constante para recuperar efetivo, aumentar o policiamento e a sensação de segurança na cidade, que isso hoje ainda é uma grande dificuldade nossa", completou.
O secretário de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Leandro Monteiro, destacou o aspecto social do projeto e afirmou que essa ideia de incluir voluntários na corporação surgiu na década de 1930.
"Nós ajudaremos esses jovens a trocar a aflição pelo orgulho em suas famílias. Estamos aqui testemunhando uma iniciativa que simboliza uma transformação profunda em nosso papel social. Estamos rompendo com as barreiras tradicionais para sermos agentes ativos da história do Rio de Janeiro", afirmou Monteiro.

Além de engajar os jovens no compromisso com a sociedade, o titular da pasta afirmou que o programa também vai melhorar o atendimento à população. "Estaremos ampliando nossa capacidade de resposta e estendendo ainda mais nossos braços solidários àqueles que mais precisam", completou o secretário de Defesa Civil.
Egressos das Forças Armadas

Cláudio Castro afirmou que o programa foi pensado a partir de egressos das Forças Armadas que ficam sem emprego. No entanto, o governador afirmou que o processo seletivo será aberto para todos os jovens interessados. As corporações vão estudar se aqueles que já passaram pela qualificação militar terão algum tipo de prioridade ou benefício na seleção.

"Será estudado para não cometer nenhuma ilegalidade, mas é um projeto muito a cara daquele egresso que ficou nas Forças Armadas, que já recebeu o treinamento e que já chega na polícia semipronto. Ainda que para atividade-meio, é interessante ter um agente que entenda o que são as forças de segurança. Com certeza ele se adapta mais rápido e, como o tempo é curto, quanto mais veloz for essa adaptação, mais ganham as forças de segurança", explicou Castro.
Transparência
O governador afirmou que será exigente com a transparência do programa. "Eu já avisei que eu quero um processo muito transparente. Até porque a gente já padeceu recentemente de problemas com isso. Não pode nem virar o filho de fulano, um amigo de ciclano. Tem que ser algo que o jovem se inscreva e seja escolhido de acordo com a aptidão dele para o trabalho. Que todos tenham a mesma oportunidade", reforçou.
Os recursos sairão dos cofres do estado e foram aprovados pela Comissão de Acompanhamento e Monitoramento Econômico-Financeiro do Regime de Recuperação Fiscal (Comisarrf), acrescentou Castro. Além de reproduzir um programa parecido com a Polícia Civil, o governador também pretende fazer o mesmo tipo de contratação para os agentes civis do programa Segurança Presente.