Bandidos atacam mulher em Ipanema

Empregada doméstica chegava para trabalhar quando foi roubada e agredida

Por RAFAEL NASCIMENTO

Vítima chegava para trabalhar e foi rendida por quatro criminosos
Vítima chegava para trabalhar e foi rendida por quatro criminosos - Maira Coelho/Agencia O Dia

Três vezes por semana, Y, de 58 anos, deixa São Gonçalo antes das 5h. Como cuidadora de idosos, há três anos ela segue até Ipanema, na Zona Sul. E não foi diferente na manhã da última terça. Embarcou em dois ônibus, passou em uma padaria, comprou pães para a patroa e seguia para o apartamento onde trabalha, na Rua Prudente de Moraes. As 7h40, a poucos passos de entrar no prédio, foi atacada por quatro homens que levaram todos os seus pertences. Um deles a imobilizou com um mata-leão.

"O porteiro disse que eles me seguiram. Eu confesso: não os vi. Foi sem ao menos eu esperar, me abordaram e me deram uma gravata, todos descalços, não pude fazer nada e eles gritando 'passa, passa, passa, é um assalto' e levaram minhas coisas todas. Eu pensei que iam me matar enforcada. Pensei: vou morrer aqui. Não falei nada, fiquei sem ação, minhas pernas tremiam e a voz não saía", contou a vítima, sem se identificar.

Mineira de Muriaé, há 52 no Rio, a mulher classificou o ato como assustador. "Foi uma covardia. Por que não me pediram para entregar a bolsa? Não precisava ter me agredido daquela maneira", conta Y. Segundo ela, a rua estava vazia quando tudo aconteceu.

Ousados, os criminosos ainda roubaram a sacola de pão. Após notarem que era alimento, jogaram fora. Eles também levaram a bolsa da vítima e pertences. "Roubaram também um cordãozinho de ouro e um relógio que eu tinha ganhado de presente no meu aniversário. O celular ainda estou pagando, faltam cinco prestações", lamentou a mulher, lembrando que há três anos um homem de bicicleta arrancou um cordão de ouro que ela havia ganhado das filhas.

Violência no local é muito comum

A filha da patroa da vítima, que mora na Suíça e chegou recentemente ao Brasil, lamentou o episódio. "Estou desiludida. Infelizmente, é uma realidade que o Rio vive e que não deveria acontecer em lugar nenhum. Digo a todos (na Suíça) que é muito perigoso aqui e para não virem para cá. Ontem, um daqueles criminosos poderia ter até causado a morte dela", desabafou, pedindo para não ser identificada.

Ainda segundo ela, no mesmo período do ano passado, seu próprio filho, que é suíço, esteve no Rio e teve o celular roubado por um criminoso com uma faca. "Ele nunca tinha sido assaltado e ficou desesperado", contou.

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