Mutirão na Série A para colocar o Carnaval na rua

Escolas convocam voluntários para fazer alegorias e fantasias

Por GUSTAVO RIBEIRO

A Inocentes de Belford Roxo recebeu ajudantes no sábado passado e, hoje, repete a dose no barracão
A Inocentes de Belford Roxo recebeu ajudantes no sábado passado e, hoje, repete a dose no barracão - Divulgação

Rio - A menos de um mês do Carnaval, escolas de samba da Série A, que ainda não receberam a subvenção da Riotur, reduzida em 50% em 2018, contam com o amor dos torcedores para concluir alegorias e fantasias a tempo. Para driblar a crise, mutirões de voluntários realizados tradicionalmente nesta época do ano tornaram-se mais importantes do que nunca.

O vice-presidente da Rocinha, Luiz Fernando Mello, chamou a comunidade para festejar seu aniversário com churrasco em clima de solidariedade na quadra, hoje, a partir das 11h. "Venha doar um pouco do seu tempo e, se puder, colabore com uma lata de cola", destacou o convite. Os voluntários vão ajudar a cortar e colar material de decoração das alegorias. Segundo Mello, a agremiação sofreu queda de 30% a 40% em mão de obra neste ano.

"Espero que o pessoal compareça, porque ajuda muito. Vamos cortar material, colar paetês", disse o dirigente. Ele ressaltou que ainda faltam 30% de trabalho para terminar a produção do desfile.

A Inocentes de Belford Roxo começou os mutirões no sábado passado e já convocou outro para hoje, às 10h, no barracão. De acordo com o presidente, Reginaldo Gomes, a agremiação tinha até sete funcionários para decorar cada carro. Atualmente, são apenas dois por alegoria. "É uma atividade que qualquer um pode fazer. É cortar gravatinhas, bolinhas, coisas pequenas".

A autônoma Paula Madeira, 45, que frequenta a Rocinha desde sua fundação, ressaltou a importância dos encontros. "O amor à escola faz isso. O bom do mutirão é que, como são feitos pela comunidade, damos valor ao material e reciclamos", declarou. Ela leva até os netos Ana Sophia, 9, e Arthur, 6.

A dentista Euridice Tonelli, 60, põe a mão na massa o ano todo. Entre uma consulta e outra, ela corta tecido, acetato, pompons e tudo mais para a Estácio de Sá. "Se não estou em casa ou no consultório, estou na quadra", revelou. A Riotur prometeu fazer os repasses para as escolas na segunda-feira.

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