A expectativa do primeiro EMPREGO
Pesquisa aponta que jovens esperam bem-estar, estudos e uma remuneração qualificada ao ingressar no mercado de trabalho
Por O Dia
Matheus Lino espera aprimorar o trabalho em equipe em seu primeiro emprego, na área de Mídias Digitais em uma empresa em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. A bancária Isabelle Pacheco também tinha a mesma expectativa de adquirir experiência antes de ser efetivada em uma agência, onde atuava como Jovem Aprendiz. Embora atuem em áreas diferentes, Matheus e Isabelle, ambos de 23 anos, se enquadram na pesquisa 'Nós acreditamos nos jovens', elaborada em parceria entre o McDonald's e a Trendsity. Cerca de 1,8 mil pessoas com idades entre 16 e 27 anos foram entrevistadas no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru. O levantamento, divulgado nesta semana, aborda o comportamento dos jovens na primeira oportunidade profissional (confira no infográfico ao lado).
A expectativa de aprimorar o trabalho em equipe de Matheus e de Isabelle é a mesma de 44% dos entrevistados pela pesquisa. "É algo que se aprimora só mesmo na prática do dia a dia", acredita Matheus, efetivado em dezembro do ano passado. "Pude desenvolver muito trabalho em equipe, comunicação, conhecimento do mercado financeiro e lidar com o público. Tudo que esperava adquirir, como aprendizagem, estudo e possibilidade de capacitação, tem acontecido", avalia Isabelle.
EXPECTATIVAS E BARREIRAS
A pesquisa aponta, ainda, que 44% dos entrevistados esperam aprender um novo idioma, 40% buscam aprimorar a criatividade, 35% querem desenvolver a liderança e outros 28% estão atrás de dicas para empreender. Ao identificar as principais barreiras que encontram na hora de procurar emprego, 77% dos jovens apontam para a falta de uma experiência anterior como a principal dificuldade para conseguir trabalho formal. Falta de oportunidade (69%), falta de confiança na sua geração (68%) e dificuldade de transição do Ensino Médio para o mercado (58%) são as demais causas listadas pelos entrevistados.
Matheus, citado no começo da reportagem, acredita que o mercado de trabalho acaba absorvendo os jovens, apesar das dificuldades. "A falta de confiança na nossa geração é um sintoma coletivo, mas nós podemos nos mostrar mais fortes. Aos poucos, as pessoas ao meu redor estão sendo bem empregadas", relata Matheus.
Marcelo Nóbrega, diretor de Recursos Humanos da Arcos Dourados, admite que a falta de experiência é a principal barreira na busca por uma oportunidade. "O jovem sabe que é capaz, busca crescer no que faz, mas ainda encontra pouca oportunidade de entrada no mercado de trabalho", analisa.
McDonald's: 15 mil vagas para 2018
Apesar do país ter encerrado o último trimestre do ano passado com 12,6 milhões de pessoas desempregadas, o McDonald's Brasil apresentou um contraponto positivo neste cenário. Foram geradas 14 mil vagas para jovens em busca do primeiro emprego em 2017. Dessas, 6,8 mil referem-se a novos postos de trabalho, o que representa quase 20 contratações por dia de pessoas entre 16 e 25 anos a faixa etária que mais sofre com o desemprego do país. Desse total, cerca de 30% são jovens a maior taxa dos últimos 27 anos e o dobro da média internacional, de acordo com informações da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Para 2018, a expectativa é de gerar 15 mil novos postos, chegando a 65 mil até 2020.
Além disso, o McDonald's criou o programa Aperte o Play!, uma plataforma que disponibiliza cursos para seus colaboradores nas áreas de tecnologia, finanças e gastronomia, entre outros, como parte do plano de carreira. "Queremos incentivar que os nossos funcionários tenham autonomia para escolher qual caminho trilhar. Para nós, o que importa é que enquanto estiverem na empresa, eles tenham a melhor experiência possível. Se saírem, que tenham em sua memória afetiva a companhia que acreditou neles", afirma Marcelo Nóbrega.