SOLUÇÃO CONJUNTA

Diante de diminuição das vendas nas prateleiras, oito redes de supermercados se uniram para negociar junto a fornecedores e oferecer vantagens ao consumidor

Por O Dia

Empresários do setor varejista apontam a diminuição do trabalho e da renda no Estado do Rio como os principais fatores que prejudicaram as vendas nos mercados em 2017
Empresários do setor varejista apontam a diminuição do trabalho e da renda no Estado do Rio como os principais fatores que prejudicaram as vendas nos mercados em 2017 - Bruno de Lima/Divulgação

Representantes de oito supermercados desenvolveram uma estratégia para se manter competitivos no atual cenário de crise econômica. Organizadas na central de negócios Integra, as empresas criaram uma rede de compras para negociar preços mais vantajosos junto a fornecedores. Fazem parte da associação as redes varejistas SuperPrix, Rede Princesa, Costazul Multimercado, Supermercados Vianense, Rede Bramil, Supermercado Campeão, Inter Supermercados e Supermercados Real de Itaipu. Juntas, elas somam mais de 130 lojas no Estado do Rio.

"Com certeza isso vai impactar em redução no preço final dos produtos nas prateleiras. Comprando em conjunto e em maior volume, conseguimos ter um poder de barganha junto aos fornecedores. Isso se refle no preço final, que fica igual ou abaixo do que é praticado no mercado", diz Genivaldo Beserra, que deixou o cargo de diretor-geral da rede Costazul para assumir a presidência da Integra.

Segundo Beserra, a iniciativa vai possibilitar que as empresas retomem suas margens de lucro, que tiveram que ser reduzidas para evitar aumento de preços ao consumidor e prejuízos, como encolhimento das redes, redução de operações e cortes nos quadros de funcionários.

"Em relação às pequenas e médias redes, é difícil acompanhar o preço do mercado comprando com menos vantagens que as grandes conseguem. É necessário reduzir o lucro para se manter competitivo. Negociando em bloco, vamos reverter essa situação", diz Beserra.

ITENS EM NEGOCIAÇÃO

Os produtos que serão negociados em bloco pela central de negócios Integra são aqueles de maior rotatividade nos supermercados. Ronaldo Teixeira, diretor geral da Rede Princesa, aponta itens como carne, arroz e feijão como os principais a serem negociados em conjunto junto aos fornecedores "Estamos começando a buscar, juntos, as condições mais vantajosas", diz Teixeira.

Segundo o diretor da Rede Princesa, a negociação em conjunto não significa perda de variedade nas prateleiras dos supermercados, que continuam operando como empresas independentes. "Criamos uma rede de compras e não de vendas. Os produtos já são comercializados nas oito redes que compõem a central, apenas vamos buscar vantagens ao obtê-los", explica Teixeira, que aponta a queda das taxas de emprego e renda no Estado do Rio como os principais fatores que afetaram a redes varejistas em 2017.

Para Mário Viana, diretor administrativo da Rede Vianense, os benefícios obtidos juntos aos fornecedores serão revertidos aos clientes não apenas em preços mais acessíveis. "Retomando o crescimento, poderemos investir mais na qualificação de mão de obra, na contratação de funcionários e no conforto das lojas", aponta.

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Os empresários responsáveis pelas redes que fazem parte da central de negócios Integra: associação Divulgação
Empresários do setor varejista apontam a diminuição do trabalho e da renda no Estado do Rio como os principais fatores que prejudicaram as vendas nos mercados em 2017 Bruno de Lima/Divulgação

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