'Teste do escapamento' em humanos e macacos

Montadoras alem�s s�o acusadas de confinar cobaias diante da fuma�a de carros

Por O Dia

Segundo den�ncia do 'New York Times', em um dos testes, s�mios eram presos em cub�culos e viam desenhos inalando fuma�a de um Beetle
Segundo den�ncia do 'New York Times', em um dos testes, s�mios eram presos em cub�culos e viam desenhos inalando fuma�a de um Beetle - AFP/THOMAS KIENZLE/07.08.17

Berlim - Os fabricantes de automóveis alemães Volkswagen, Daimler e BMW enfrentam dura acusação: a de fazer testes de emissões de gás com macacos e humanos. As denúncias pegaram muito mal. "Tais experiências são indesculpáveis do ponto de vista ético", lamentou Steffen Seibert, porta-voz do governo alemão, que exigiu explicações. "A confiança da indústria automobilística voltou a ser afetada", declarou o ministro dos Transportes e da Agricultura, Christian Schmidt.

As montadoras enfrentam dois casos distintos, mas revelados quase simultaneamente, ambos envolvendo um organismo de pesquisa que eles financiavam, o EUGT, que foi fechado. Os primeiros testes em macacos teriam sido realizados em 2014 em território americano, segundo o 'New York Times', que relata que os animais eram trancados em frente a desenhos animados e obrigados a respirar a fumaça de um Beetle, o novo Fusca, da Volks. O objetivo era "provar que tais veículos a diesel eram mais limpos que os velhos modelos", aponta o jornal.

E o caso adquiriu nova dimensão ontem, quando o jornal alemão 'Süddeutsche Zeitung' afirmou que estes testes sobre os efeitos de inalação de óxidos de nitrogênio (NOx) também foram realizados com 25 humanos com boa saúde.

Um instituto médico de Aix-la-Chapelle, subordinado ao EUGT, fez com que 25 pessoas inalassem em 2013 e 2014 dióxido de nitrogênio (NO2), em concentrações variáveis.

Desde sábado, a Volkswagen afirma que "toma claramente distância de qualquer forma de maus-tratos a animais". A Daimler "distanciou-se expressamente do estudo e do EUGT", segundo um porta-voz, enquanto a BMW negou ter participado.

Mas nenhuma dessas declarações foram suficientes para abafar a polêmica, reavivando a crise de confiança que atinge as grandes construtoras desde a revelação do escândalo da adulteração em grande escala dos motores a diesel.

No fim de 2015, a Volks admitiu ter equipado 11 milhões de veículos a diesel com um programa de computador que falseava os testes antipoluição e ocultava as emissões que eram, às vezes, 40 vezes superiores ao autorizado.

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