Beb� de gr�vida baleada j� mama no peito da m�e

Pequeno Antonio deixa incubadora e surpreende equipe m�dica na Baixada

Por WILSON AQUINO

Michelle amamentou Antonio pela primeira vez na segunda-feira
Michelle amamentou Antonio pela primeira vez na segunda-feira - ARQUIVO PESSOAL

Rio - O milagre se concretiza na Baixada Fluminense. Contrariando prognósticos médicos, o bebê Antonio, nascido em uma cesariana de emergência, após a mãe ser baleada na cabeça, no sétimo mês de gestação, está vencendo a batalha pela vida. A criança que ficou dias entre a vida e a morte, já conseguiu até mamar no peito da mãe, Michelle Ramos da Silva Nascimento, de 33 anos. De acordo com o último boletim médico do Hospital de Clínicas Mário Lioni, Antonio permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, mas está fora da incubadora, teve ganho de peso "e iniciou a amamentação com a mãe na tarde de segunda-feira".

"Ele conseguiu sugar pela primeira vez. Ficou 10 minutos mamando e dormiu", contou o avô coruja, Severino Ribeiro, que acredita em intervenção divina. "O médico falou: o que deu para fazer, nós fizemos. Mas, para Deus não existe limite", afirmou. Substituta de tabelião em um cartório na Baixada, Michelle Ramos da Silva Nascimento, de 33 anos, estava indo para o trabalho de carona com o marido, Wallace Silva de Araújo, quando aconteceu uma tentativa de assalto, em 13 de janeiro. Os bandidos atiraram e uma das balas atingiu a cabeça de Michelle.

Devido à gravidade do ferimento, os médicos do Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, optaram pela cesariana de emergência. O drama da grávida baleada e do bebê prematuro que lutavam desesperadamente pela vida comoveu o Brasil. Foram várias correntes de orações pela recuperação de ambos. Até que a vida venceu. "Ainda não tem previsão de alta para o Antonio. Afinal, ele é apenas um bebezinho prematuro, mas a equipe médica está muito animada", contou Wallace, afirmando que todos os dias ele e Michele visitam o filho. "Acabamos de sair do hospital. Hoje, ele não mamou no peito, deram mamadeirinha", disse.

 

Virada nos progn�sticos

As chances de Michelle e Antonio sobreviverem eram muito escassas. T�o logo chegou ao Hospital de Nova Igua�u, ap�s passar por uma UPA, a mulher foi submetida a cirurgia para descompress�o craniana. Os m�dicos optaram pelo parto emergencial, j� que, naquele momento, Michelle apresentava um quadro grav�ssimo.

Equipes m�dicas da Maternidade Municipal Mariana Bulh�es, tamb�m em Nova Igua�u, foram acionadas para realizar a cesariana. Prematuro, o beb� foi transferido de ambul�ncia com UTI m�vel para maternidade, onde ficou respirando com o aux�lio de aparelhos.

Nos dias seguintes, como o estado de ambos n�o apresentava evolu��o, o progn�stico continuava terr�vel: ou morreriam ou teriam sequelas permanentes. No entanto, numa incr�vel virada do destino, m�e e filho come�aram a ter melhora surpreendente. Logo que deixou a UTI, Michelle transferiu-se para o hospital onde o filho estava. Ela viu Antonio pela primeira vez aos oito dias de vida.

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