Rio - A violência também assusta moradores do interior. Em Angra dos Reis, no Sul Fluminense , cinco homens morreram durante operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) no Parque Belém, na região central da cidade, entre a noite de terça-feira e a manhã de ontem. A polícia alegou que eles tinham ligações com o tráfico de drogas. Parentes negam.

Durante a incursão - planejada para por fim à disputa do tráfico entre as facções Terceiro Comando Puro (TCP) e Comando Vermelho (CV) -, PMs apreenderam dois fuzis, duas réplicas da mesma arma, duas pistolas, 2.704 pinos de cocaína e 200 trouxinhas de maconha. Um policial ficou ferido por estilhaços.

Em nota, a PM afirmou que policiais foram recebidos a tiros e houve confronto. "As equipes, durante vasculhamento, encontraram quatro suspeitos feridos", destacou a nota. Três deles teriam morrido no Hospital Geral da Japuíba, para onde foi levado mais um outro ferido. Outros dois suspeitos, já sem vida, foram encontrados numa das ruas do bairro. A 166ª DP (Angra dos Reis) investiga as circunstâncias das mortes.

O delegado da 166ª DP, Bruno Gilaberte, afirmou que a guerra pelos no Parque Belém começou a se intensificar na sexta-feira. "Uma facção criminosa (supostamente o Comando Vermelho) recebeu reforço de comparsas da capital e chegou a Angra expulsando, ameaçando e constrangendo moradores. Mas as polícias Civil, Militar, Rodoviária e Federal, estão atentas e fazendo monitoramento conjunto", garantiu.

Desesperados, moradores vêm pedindo socorro pelas redes sociais e até chegaram a fechar a Rodovia Rio-Santos, em protesto por mais segurança. Os tiroteios diários também se estendem ao Complexo da Sapinhatuba. "Não temos paz desde 2016, mas agora a situação piorou", lamentou um morador.

Ontem, o governador Luiz Fernando Pezão, que recebeu críticas do prefeito Fernando Jordão, exaltou a ação do Bope. "Essa é a nossa luta diária. Não vamos recuar", disse. Jordão também quer tropas federais na cidade.