S�o Paulo - O Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) concluiu em um estudo que a entrada do Uber e de outras empresas de aplicativos de celular no mercado de transporte individual de passageiros se mostra, em sua maioria, ben�fica para o consumidor, por aumentar a concorr�ncia e ainda por possibilitar a redu��o de falhas de mercado. Por isso mesmo, alerta o estudo, regulamenta��es muitos restritivas podem impactar negativamente o setor. 

O estudo consiste em uma nota t�cnica preliminar de um levantamento mais amplo que est� em elabora��o pelo Departamento de Estudos e Econ�micos (DEE) do Cade e deve ser conclu�do ainda em 2017. O texto com as considera��es iniciais foi divulgado nesta ter�a-feira, quando o Senado Federal deve analisar um projeto que regula os servi�os de transporte particular por meio de aplicativos como Uber e Cabify. 

Segundo o Cade, essas plataformas propiciaram a corre��o de falhas no setor sem a necessidade de regula��o, permitindo ao consumidor ter acesso pr�vio a informa��es da corrida, como previs�o do pre�o, percurso sugerido, dura��o, avalia��o do motorista e modelo do ve�culo. Na verdade, defende o estudo, tendo em vista as inova��es tecnol�gicas que s�o capazes de minimizar as falhas de mercado, faz sentido cada vez menos regula��o neste mercado. Para o Cade, portanto, "regula��es muito restritivas podem ter impacto sobre a oferta de carros dispon�veis (menos carros) que ir�o de alguma forma impactar nos pre�os das corridas (pre�os mais elevados), levando a uma diminui��o do excedente do consumidor".

O texto informa que o objetivo do estudo � avaliar o impacto da entrada da Uber sobre o mercado de t�xis no Brasil e que diversas vari�veis ainda est�o em an�lise pelo DEE, como n�mero total de corridas, dist�ncia m�dia percorrida, tempo m�dio por corrida, valor m�dio por corrida. "A partir da an�lise de tais vari�veis utilizando t�cnicas econom�tricas ser� poss�vel mensurar a press�o competitiva da Uber sobre o mercado de t�xis. Uma primeira evid�ncia que pode ser observada � que, ap�s um per�odo maior de entrada no mercado, o servi�o da empresa Uber, al�m de criar uma nova demanda (capturando usu�rios que antes n�o utilizavam o servi�o de t�xi), est� rivalizando e conquistando passageiros dos aplicativos de t�xi (99Taxis e EasyTaxi)". Os pr�ximos passos do estudo poder�o dar n�meros precisos a respeito dessa tend�ncia. 

O estudo destaca ainda que o Uber e outros aplicativos do mesmo tipo em setores como hotelaria se inserem na chamada economia de compartilhamento, um modelo de neg�cios cada vez mais crescente no mundo que busca dissociar a utiliza��o de determinado bem ou servi�o � sua aquisi��o ou propriedade. 

De acordo com dados do estudo, o Uber est� presente em cerca de 425 cidades em 72 pa�ses e � considerado a startup com maior valor de mercado, chegando a aproximadamente US$ 70 bilh�es. No Brasil, o Uber iniciou suas opera��es em maio de 2014, na cidade do Rio de Janeiro. Hoje, a empresa est� presente em 62 cidades. J� o t�xi, regulamentado por legisla��es locais e considerado como servi�o p�blico delegado a agentes privados, � ofertado em mais de 4,6 mil munic�pios.