O Brasil é um país cheio de talentos e muitos só precisam de uma oportunidade para ir longe. É o caso da carioca Dayene Caldeira, mulher negra que, quando mais nova, acompanhava a avó em jornadas diárias ao redor do Rio de Janeiro coletando material reciclável nas ruas para manter o sustento de casa. Hoje ela é cientista envolvida numa promissora pesquisa com células-tronco para a cura da asma. Esse trabalho pode beneficiar cerca de 20 milhões de brasileiros e mais de 350 milhões de pessoas que em todo mundo sofrem com a doença. A doutoranda de ciências biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) faz intercâmbio na Universidade de Queen's Belfast University, na Irlanda do Norte, com a ajuda de uma bolsa oferecida pela Fundação Estudar, desde 2021.
Seu interesse pela ciência começou por meio dos livros que encontrava junto com sua família durante a coleta de materiais recicláveis nas ruas. "Eu conheci a ciência através de livros do lixo, aprendi inglês através do lixo. Essa parte da minha vida é muito importante e por algum tempo eu escolhi para quem eu iria dizer isso. Mas eu resolvi que deveria me apropriar da minha história, sendo ela boa ou não", conta.
"Minha família é uma família de mulheres negras que fazem parte dessa (maioria da) população que não teve acesso à saúde. Minha avó nunca teve acesso a medicações ou a terapias avançadas como essa que desenvolvo hoje. Fez parte da minha infância acompanhar a minha avó em hospitais e internações devido a crises de asma", destaca Dayene.
O programa que apoiou a jovem pesquisadora Dayene em sua trajetória é uma iniciativa da Fundação Estudar e está com inscrições abertas até amanhã. Para participar, basta acessar lider.estudar.org.br/programa-de-bolsas-lideres-estudar/. Os interessados devem ser naturais do Brasil, ter entre 16 e 34 anos, e estar em processo de aceitação, matriculado (a) ou cursando o ensino superior no Brasil.