Arte como Expressão da Favela

Jovem artista de 25 anos cria do Complexo do Chapadão, localizado em Guadalupe, tem um projeto de abrir um ateliê onde possa produzir em grande escala e oferecer oficinas de pintura e arte para as crianças da favela

Albarte
Albarte -
Raphael Albuquerque, também conhecido como Albarte, é um jovem artista de 25 anos cria do Complexo do Chapadão, localizado em Guadalupe, zona norte do Rio de Janeiro. Sua trajetória artística é marcada por influências diversas e pela conexão profunda com seu território de origem.
Desde cedo, Albarte teve uma relação particular com a arte. Ele atribui grande parte de sua inspiração ao Carnaval e à cultura do bate-bola, uma tradição enraizada nas favelas e subúrbios cariocas. Suas obras retratam os territórios marginalizados e a pluralidade de corpos negros, refletindo com sinceridade a beleza e a violência presentes nas favelas. Seu trabalho é uma expressão autêntica e genuína de sua realidade e de sua comunidade.
Questionado sobre suas referências, Albarte destaca sua mãe Fabiana como uma fonte fundamental de apoio desde o início de sua jornada artística. Sua família também desempenhou um papel essencial em seu desenvolvimento, fornecendo uma base sólida e um ponto de referência para suas origens. Ao longo de sua carreira, Albarte já realizou diversos trabalhos em parceria com marcas renomadas, como Pormenor, Kenner e Redley, além de colaborações com o LabJaca e o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC).
Seus próximos passos estão direcionados à sua comunidade, o Morro do Criança Esperança, no Complexo do Chapadão. Ele tem um projeto de abrir um ateliê onde possa produzir em grande escala e oferecer oficinas de pintura e arte para as crianças da favela. Para realizar essa iniciativa, Albarte está em busca de investidores.
Por fim, o artista compartilha uma obra de sua preferência, intitulada "Imagina um black panther sendo atividade". Essa criação surgiu a partir da música "Teresa Mendoza", da artista carioca Juju Rude. A obra busca estabelecer um paralelo entre o partido dos Panteras Negras, famoso nos Estados Unidos na década de 60, e o poder paralelo presente nas áreas marginalizadas do Rio de Janeiro. Albarte explora a possibilidade de uma resistência armada originada nas favelas brasileiras, lutando contra o sistema opressor que atua diretamente nos corpos e precariza a vida da população negra e favelada. Sua obra é uma reflexão sobre a importância da conscientização e da resistência nas comunidades marginalizadas.
Com sua arte autêntica e compromisso com a comunidade, Albarte está deixando sua marca no cenário artístico carioca. Sua expressão artística singular e seu desejo de promover a inclusão e a transformação por meio da arte são elementos fundamentais de seu perfil como jovem artista.

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