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Celebração e legado da matriarca do samba

Por Meia Hora

Publicado às 19/05/2024 08:00:00 Atualizado às 19/05/2024 08:00:00
Casa Tia Ciata
Oficinas de capoeira, percussão e jongo são algumas das ações desenvolvidas de forma gratuita na sede da Organização dos Remanescentes da Tia Ciata (ORTC), conhecida como A Casa da Tia Ciata. O centro de valorização de cultura afro-brasileira e da memória da matriarca do samba, Hilária Batista de Almeida, a tia Ciata, está celebrando 17 anos de atividade. O espaço que está localizado na região central da cidade do Rio de Janeiro, na chamada Pequena África, abriga uma exposição permanente sobre a trajetória da matriarca, além de promover diversos projetos de imersão em tradições ancestrais.

Para entender melhor a história da organização, é preciso voltar no tempo. Tia Ciata, nascida no Recôncavo Baiano, Ialorixá respeitada, foi uma das figuras mais importantes para o surgimento do samba carioca, pois promovia em sua casa grandes encontros musicais, local onde foi registrado o primeiro samba gravado em 1916. Tia Ciata também foi reconhecida pelo empoderamento de mulheres negras, sendo uma das pioneiras na tradição das baianas quituteiras no Rio de Janeiro. Por isso, em 2007, seus familiares criaram a Organização dos Remanescentes da Tia Ciata para dar continuidade a esse legado.


Seguindo os caminhos de Tia Ciata, a organização promove a Roda de Samba da Cabaça. O encontro musical tem como símbolo a Cabaça, o fruto que na filosofia africana representa a essência da vida e, por isso, a ancestralidade é celebrada. “Vai muito além de uma roda de samba, traz todos os elementos dos princípios Yorubá, a nossa matriz africana que a gente consegue inserir dentro desse contexto da roda de samba”, conta a porta-voz do local e bisneta de Tia Ciata, Gracy Mary.

A Casa também organiza o tour “Caminhos da Tia Ciata – Matriarca do Samba”, uma visita guiada pelos principais pontos na Pequena África, da Pedra do Sal à Praça Onze, cuja a história está diretamente ligada à diáspora africana e ao nascimento do samba no Rio de Janeiro. “O propósito desse projeto foi justamente para as pessoas entenderem os lugares onde a Tia Ciata passou e perpassou ao tempo durante os anos, locais emblemáticos de história com H maiúsculo, de pertencimento, de memórias e realizações.”, explica Gracy Mary.

O espaço funciona terça-feira e quinta-feira, das 14h às 17h, e sexta-feira, das 14h às 18h30 na rua Camerino nº 05, centro. Para saber mais sobre as atividades da Casa, acesse o site tiaciata.org.br ou acompanhe nas redes sociais @casadatiacita.
Fábia Souza, jornalista e colaboradora do PerifaConnection
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