Bloco Afro Olodumaré persiste reverenciando a ancestralidade negra

O bloco Olodumaré oferece oficinas de percussão em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro
O bloco Olodumaré oferece oficinas de percussão em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro -
O bloco Olodumaré nasce da expressão poderosa da cultura afro-brasileira e atua na cidade de Niterói (RJ), oferecendo gratuitamente oficinas de percussão para crianças e adultos. Com raízes no Candomblé, Olodumaré (em Iorubá: Olódumarè) significa “Senhor do destino”, sendo o nome de uma divindade que seria o criador supremo.

Símbolo de resistência e luta contra o racismo, a organização realiza um projeto social intitulado Olodu’mirim, que é uma oficina de percussão gratuita para crianças a partir dos 7 anos na Ponta d' Areia, em Niterói. A oficina acontece todos os sábado das 14h às 16h, já para os adultos, o horário é das 19h às 22h, no mesmo dia e local.

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O bloco Olodumaré oferece oficinas de percussão em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro Divulgação
O bloco Olodumaré oferece oficinas de percussão em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro Divulgação


Em outros momentos, o Olodumaré ofereceu oficinas de dança afro, capoeira e maquiagem. No entanto, o projeto não dispõe atualmente de professores voluntários para essas modalidades.

Para compreender a grandiosidade do trabalho artístico do bloco, é preciso voltar no tempo. Em 13 de maio de 1985, uma família baiana decidiu criar um bloco para expressar a cultura e o empoderamento da comunidade afrodescendente no bairro de Bento Ribeiro, zona norte do Rio de Janeiro. Surge então o Olodumaré. Após dois anos, em 1987, o bloco mudou o local das suas atividades para o município de Niterói.

O grupo é considerado o segundo bloco afro fundado no Rio de Janeiro — o primeiro, fundado em 1982, é o Agbara Dudu — , e até os dias atuais o Olodumaré é ativo. De 1985 para cá, o grupo já se apresentou em diversos locais, como o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Museu da Imagem e do Som em São Paulo, Sambódromo, entre muitos outros.

Conhecido artisticamente como B-Jota, o Valmir, presidente do Olodumaré, explica que o bloco tem um vínculo afetivo com o famoso bloco e grupo musical Olodum, da Bahia, mas não uma relação comercial. “Sempre que um bloco afro no Rio de Janeiro era fundado, um bloco de Salvador batizava o bloco que acabara de nascer. E no nosso caso foi o Olodum”, relembra o presidente.

Ao citar os alunos que já passaram pelo projeto, B-Jota fala emocionado. Para ele, a arte proporciona um caminho saudável para os jovens. “Por vezes disponibilizamos no Olodu’mirim o primeiro contato de uma criança com um instrumento. Fico feliz que várias delas, hoje adultos, tocam com bandas profissionais país afora”, conta o presidente da organização.

Para conhecer o trabalho do Olodumaré, basta acessar no Instagram @olodumare.oficial. Para ser um voluntário é só clicar no link do perfil.

Catiane Pereira, jornalista e colaboradora do PerifaConnection

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