É clássico ter letramento racial

Cerca de 90% dos estudantes que frequentam o projeto da ASMB no Rio de Janeiro, são negros
Cerca de 90% dos estudantes que frequentam o projeto da ASMB no Rio de Janeiro, são negros -
Música clássica, inclusão social e letramento racial. Essa é uma soma que tem dado certo nas aulas da Ação Social pela Música do Brasil (ASMB), projeto que existe há 25 anos e que atende a 4.700 crianças e jovens em situação de vulnerabilidade com educação cultural e social por meio da música clássica.
Cerca de 90% dos estudantes que frequentam o projeto da ASMB no Rio de Janeiro, são negros. Assim, os professores e educadores entenderam aí uma lacuna de ensino no que diz respeito, principalmente, ao letramento racial. As aulas foram implementadas em todas as turmas, de acordo com a idade dos estudantes, e os conteúdos foram se diversificando conforme a demanda de conhecimento dos alunos sobre outras temáticas sociais como gênero, religião, machismo estrutural e outros.

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Cerca de 90% dos estudantes que frequentam o projeto da ASMB no Rio de Janeiro, são negros Divulgação / asmb
Cerca de 90% dos estudantes que frequentam o projeto da ASMB no Rio de Janeiro, são negros Divulgação / asmb


“Contamos histórias que as escolas não contam, e quando contam, é de maneira rasa. As crianças, e especialmente as crianças pretas, crescem ouvindo sua história pela metade, e sofrem muito com isso, porque a história delas é sempre contada de maneira degradante”, explica a professora Marcele Oliver, ativista e educadora social, responsável pelas oficinas transversais do projeto.

Além do ensino antirracista, a educadora também aborda sobre a potencialidade das favelas, mostrando aos jovens as diferentes perspectiva. Há ainda atividades externas, como visitas a museus que complementam as temáticas.

“Também falamos de religião, violência, machismo, feminismo, homofobia… Sempre de maneira respeitosa, acolhedora, descontraída e objetiva, dando espaço para as opiniões e promovendo a reflexão. Fazemos esse exercício civilizatório, explicando que as diferenças fazem parte do convívio social e tudo é tratado com muito cuidado para não ferir as crenças de cada um”, completa.

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