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Pretinhas Leitoras inauguram a primeira biblioteca afrocentrada do Rio de Janeiro

Por Meia Hora

Publicado às 04/08/2024 07:00:00 Atualizado às 04/08/2024 07:00:00
Pretinhas Leitoras inauguram a primeira biblioteca afrocentrada do Rio de Janeiro
Formar contadores de histórias e incentivar a leitura. Esses foram os objetivos da imersão Erê que formou dez agentes literários com idades entre 12 e 17 anos para articularem ações dialógicas e artísticas no espaço da Biblioteca Erê, a primeira biblioteca afrocentrada do Rio de Janeiro. Fundada pelo Instituto Pretinhas Leitoras, iniciativa que surgiu em 2018 pelas irmãs gêmeas Eduarda Ferreira e Helena Ferreira, nascidas no Morro da Providência, a biblioteca foi inaugurada em parceria com a Associação Cultural Lanchonete e Lanchonete em julho, ao final da formação dos agentes literários.
O espaço é voltado para conectar e promover o protagonismo das adolescências da região com histórias negro referenciadas. Encontros sobre educomunicação, contação de histórias, leitura dramatizada, encontro com autora, escrita criativa foram propostos para o desenvolvimento da subjetividade, fala e acolhimento.

Elen Ferreira, Diretora Executiva do Instituto Pretinhas Leitoras, Coordenadora Técnica da Biblioteca Erê e mãe das meninas, explica que o projeto será um espaço vivo de encontros, aprendizados e transformações, além da valorização dos jovens e seus potenciais.

“O desejo de construir uma sociedade amiga, é a ampliação de vivências coletivas que trouxeram-me a sensação de apoio e conforto enquanto mãe solo, negra e periférica. Para além de educar filhos e filhas, há uma necessidade de acolher as crianças silenciadas que fomos e hoje, adultas, necessitam apoiar novos seres humanos. Idealizar um projeto como a Biblioteca Erê, a partir da experiência Pretinhas Leitoras, é uma subversão ao pensamento individualista. Mais do que nunca, precisamos uns dos outros para sermos nós mesmas, enquanto corpo físico ou sociedade”, afirma Elen.

Localizada no bairro da Gamboa, Zona Portuária do Rio, o espaço é dedicado à literatura infanto-juvenil afrocentrada para adolescentes do território, e já abriga um acervo de 300 títulos de autores negros. Tudo dentro da visão de Eduarda e Helena, que desde 2018 buscam maneiras de jogar luz em histórias negras e afrodescendentes.

Neste segundo semestre a biblioteca estará aberta apenas para o público interno, alunos que participaram da formação e oficineiros. A previsão é que o espaço seja aberto ao público no primeiro semestre de 2025.

A proposta para o próximo ano é de que, além da sede localizada na Gamboa, a Biblioteca se torne itinerante, junto às Pretinhas Leitoras, Eduarda Ferreira e Helena Ferreira, e com os mediadores das formações.
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