Especial 5 anos de PerifaConnection

"Um bastardo, mais um filho pardo sem pai". Essa frase de Mano Brown na clássica música 'Negro Drama' reflete o sentimento que Bruno Sousa, 26 anos, vivenciou ao longo de sua vida. Nascido em Itiruçu, na Bahia, Bruno faz parte dos milhões de brasileiros criados apenas pela mãe, uma mulher negra, e encontrou na comunicação um espaço para existir.

"A comunicação sempre esteve presente na minha vida. Eu me comunico bem e gosto de contar histórias de forma que transmitam emoção. Essa paixão por narrar experiências é uma parte fundamental de quem sou", diz ele.

Embora tenha passado os primeiros 12 anos na Bahia, foi no Rio de Janeiro que Bruno começou a ver a comunicação como uma carreira, especialmente aos 16 anos, quando precisou viver e se manter sozinho na capital. Aos 19, fez um curso de jornalismo na Agência Narra, que o levou à redação do Intercept Brasil, na qual ficou por dois anos.

Em 2020, Bruno ajudou a criar o Labjaca, que se tornou o Instituto Decodifica. Atualmente, como coordenador do Decodifica e colaborador do Perifa há mais de três anos, ele vê a comunicação popular como uma forma de democratizar e traduzir os anseios da favela.

"Para mim, a comunicação comunitária é essencial. Ela empodera as vozes das comunidades periféricas e se torna uma ferramenta crucial na luta por direitos e na disputa de narrativas. A informação é poder, e devemos equipar nossas comunidades com acesso a dados e conhecimento para que possam reivindicar seu espaço no mundo", conclui Bruno Sousa.

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