Rio - O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, apresentou nesta quinta-feira os detalhes de uma descoberta na China de centenas de restos de ossos de pterossauros e mais de 300 ovos, alguns deles com embri�es preservados. O achado envolveu cientistas brasileiros e chineses. Um estudo sobre o assunto ser� publicado na edi��o que come�a a circular amanh� da revista Science, uma das mais conceituadas publica��es de divulga��o cient�fica do mundo.

De acordo com o paleont�logo brasileiro Alexander Kellner, a descoberta ocorreu em expedi��es realizadas em 2015 e 2016 na regi�o de Hami, no noroeste da China. Encontrou-se no local a maior concentra��o de ovos de vertebrados extintos conhecida at� ent�o. Eles estavam em um bloco de pouco mais de 3 metros quadrados. "� uma das mais importantes descobertas sobre vertebrados extintos nos �ltimos 10 anos", avaliou Kellner.

Os pterossauros s�o r�pteis voadores. Foram os primeiros animais vertebrados a desenvolverem a capacidade de voo ativo, antes mesmo das aves. Parentes pr�ximos dos dinossauros, eles desapareceram sem deixar descendentes h� cerca de 66 milh�es de anos, no per�odo geol�gico conhecido como Cret�ceo.

J� foram descobertas no mundo cerca de 300 esp�cies de pterossauros, distribu�das em todos os continentes. A esp�cie encontrada na China recebeu o nome de Hamipterus tianshanensis. Na posi��o quadr�pede, ela teria uma altura m�dia de 1,2 metros e seu tamanho m�ximo seria alcan�ado ap�s dois anos de nascimento. A envergadura da asa variava entre 1,5 e 3,5 metros. Pelo formato dos dentes, os pesquisadores acreditam que eles eram carn�voros e se alimentavam de peixes.

Concentra��es expressivas de ossos de pterossauros j� haviam sido encontradas na Argentina e no Brasil, mas sem grande volume de ovos. Juliana Say�o, professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e tamb�m integrante da equipe da pesquisa, destaca achados na bacia do Araripe, que alcan�a tr�s estados do Nordeste: Cear�, Pernambuco e Piau�. "L� j� foram feitas descobertas de mais de duas dezenas de esp�cies pterossauros. A �ltima delas foi pelo nosso grupo de pesquisa h� tr�s anos".