Imperatriz e Salgueiro dominam festa
Cidade do Samba é palco do primeiro dia de minidesfiles
Por Meia Hora
Publicado às 03/12/2023 00:00:00 Atualizado às 03/12/2023 00:00:00O primeiro dia de minidesfiles do Grupo Especial, na noite de sexta-feira, foi dominado pela Imperatriz, atual campeã, e pelo Salgueiro. Além das duas escolas, a Grande Rio fez uma exibição forte e sem percalços, como a Beija-Flor, que teve o ponto forte no canto da comunidade. Primeira a pisar na pista, a Porto da Pedra não tomou conhecimento que estava abrindo o evento e passou firme, em uma atuação brilhante do intérprete Wantuir e do belo samba-enredo do Tigre de São Gonçalo. A Unidos da Tijuca mostrou organização, caprichou no tripé de abertura, mas ficou devendo no canto da comunidade.
O Tigre de São Gonçalo rugiu forte na Cidade do Samba. A volta da escola foi potente na pista. O samba-enredo, um dos melhores do ano, ainda pouco valorizado pelo público, foi muito bem cantado pelo intérprete Wantuir.
A Beija-Flor, como sempre, valorizou ao máximo sua apresentação no minidesfile, com tripé e figurinos caprichados. A Beija-Flor é isso, escola que pisa forte, com componentes afiados no canto e quesitos que carregam o DNA claro do sambista raiz. A opção por um samba-enredo diferente do estilo consolidado e premiado de anos anteriores, ou seja, mais alegre, é uma ousadia.
Dona do samba do ano neste pré-carnaval, o Salgueiro deu sacode na Cidade do Samba. A escola, mordida após ficar fora das campeãs em 2023, exibiu sua gama de quesitos de excelência, como o casal Sidclei e Marcella, a comissão de frente, do coreógrafo Patrick Carvalho, e a bateria Furiosa dos mestres Guilherme e Gustavo. O trabalho do carro de som, um dos melhores do Carnaval, sob o comando do diretor musical Alemão do Cavaco, é muito forte e competente.
O time da Grande Rio é campeão. É impossível começar qualquer análise sobre a apresentação da escola sem citar que o grupo é o mesmo que fez em 2022 o melhor desfile do século na Sapucaí. A partir de dois artistas geniais, os carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, a Grande Rio formou uma equipe muito competente, capitaneada por Thiago Monteiro, diretor de carnaval. A apresentação na Cidade do Samba manteve o padrão alto de canto, sem virar oba-oba ou ser sacodão, mas com muita competência, sempre da bateria, do espetacular mestre Fafá, ou do intérprete Evandro Malandro, seguramente um dos melhores cantores do Carnaval.
Quinta escola a se apresentar, a Unidos da Tijuca começou sua exibição com um lindo tripé. Inicialmente, a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Sérgio Lobato, e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus e Lucinha, deram o tom que tudo sairia no padrão tijucano de qualidade reconhecida. Porém, apesar da organização, a agremiação ficou devendo no canto. Obviamente, ainda é pesado criticar a apresentação, já que a escola nem começou sua temporada de ensaios de rua (abertura será dia 7 de dezembro).
O fato é que a Tijuca precisa cantar mais, por exemplo, como fez em 2022. Esse patamar precisa voltar para que o resgate tijucano aconteça na Avenida. Também é justo citar que o carro de som atrapalhou o minidesfile. Com poucos minutos de apresentação, o som ficou apenas no intérprete Ito Melodia; as vozes dos auxiliares sumiram. Erro da organização da Liesa que não pode acontecer num evento de tamanha importância. A bateria veio segura e forte. Mestre Casagrande é um dos pilares tijucanos.
A atual campeã do Grupo Especial pisou de forma avassaladora na Cidade do Samba. O samba, apelidado de 'Frankenstein', caiu no gosto popular e deslanchou na pista. Mérito, principalmente, da dupla Pitty de Menezes (intérprete) e Lolo (mestre de bateria). Os dois estão em um patamar muito elevado de condução e execução do trabalho.