Carlos Alberto de Nóbrega é um verdadeiro contador de histórias. Não é à toa que o apresentador está há mais de 33 anos sentado no bom e velho banco de A Praça É Nossa, cumprindo a missão de fazer o povo sorrir. Mas alguém já se perguntou como foi que o humorista se tornou um ícone da televisão? Aos curiosos, a novidade: Carlos Alberto abriu o baú de memórias para escrever sua autobiografia.
Acostumado a fazer dos limões uma limonada, Nóbrega aproveitou o ócio criativo do isolamento, devido à pandemia do coronavírus, para viajar no tempo e colocar sua trajetória no papel. "Estou escrevendo meu livro, minha autobiografia. Conto tudo aquilo o que nunca falei para ninguém: os problemas que passei, minha luta para conseguir espaço, minha saída da Globo, ida para o SBT, enfim... tudo o que tive que fazer para conseguir as coisas", adianta ele, aos 84 anos.
Afastado da Praça e isolado com a mulher, a médica Renata Domingues, em São Paulo, a volta ao passado tem sido uma válvula de escape para os dias tediosos da quarentena. "É uma espécie de terapia. Uma coisa meio maluca. Fico de quatro a cinco horas escrevendo, de porta fechada no escritório, sozinho. Relembro passagens importante, como quando fui para os Estados Unidos no pós-guerra", lembra o carioca, nascido em Botafogo. "Espero que sirva como um almanaque para humoristas."
A nova empreitada ajudou Carlos Alberto a amenizar um leve quadro de depressão. "Tentei voltar (a gravar), quando comecei a ficar bem deprimido, mas o Silvio (Santos) não deixou. A ordem é pra eu, ele e o Raul Gil só voltarmos com vacina. Quando o Silvio bate o pé, não tem jeito", brinca ele, que viu a situação piorar após uma visita ao SBT. "Entrei lá e vi tudo vazio, comecei a chorar. Aquilo é a minha vida."