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Rapper BK lança álbum com experiência interativa e insere o rap no Museu de Arte do Rio

Com tela pintada a óleo e vídeos imersivos para cada faixa, artista cria um universo multissensorial ao redor do seu lançamento

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Rio - O rapper BK, de 33 anos, lançou na última quinta-feira seu mais novo trabalho, o álbum "Ícarus". Nas 13 faixas do disco, o cantor recebe grandes nomes do cenário musical como Major RD, L7NNON, Julia Mestre, Bebé, Luccas Carlos e Marina Sena. Um dos maiores diferenciais desse projeto é que além das músicas, os fãs também podem garantir uma experiência multissensorial. Todos as faixas contam com vídeos no estilo "visualizer", com animações, no YouTube, e o álbum ganhou uma exposição no Museu de Arte do Rio (MAR), que ficou em cartaz até o último sábado.
BK, conta pra gente como foi a construção do álbum 'Ícarus'. De onde surgiu a inspiração para esse trabalho?
Eu comecei a tentar escrever algo mas estava difícil. Acho que o álbum começou a fluir de uns quatro meses pra cá, que foi quando eu comecei a escrever o que queria e falar da forma que eu queria. Existem várias formas e técnicas de fazer o rap, então foi primeiro encontrar esse caminho e partir para dar o conceito do álbum. Ele ia ser uma continuação do meu último EP. De início, o nome do álbum era 'Luzes da Cidade', mas depois eu acho que a sonoridade foi se afastando demais. Tem partes do álbum que você vai lembrar (do primeiro EP), mas acabou se afastando muito. Então, começamos a buscar coisas que chegassem próximo. Foi a equipe toda fazendo pesquisa até chegar no mito de Ícaro. Ele conversa mais com o álbum. Ícaro não foi só alguém que voou, chegou perto do sol e derreteu. Mas (temos que pensar) por que ele quis voar? Ele queria sair do labirinto. E o álbum vai ao redor disso, de criar asas pra sair do labirinto.
Como você enxerga esse momento da sua carreira?
A gente está no momento da carreira agora que a gente quer fazer outras coisas, chegar em outros lugares… E se sente preparado pra isso. Desde a primeira track do álbum, o público já vai ver que é outra face do BK, que é outro ponto de vista. Mas o legal também é que na hora de criar as músicas, eu tento me inspirar nas situações e nas fotografias que a vida mostra pra gente. Mas eu queria trazer um pouco mais pra mim também, me inspirar mais na minha vida, mais no meu momento, como está a minha cabeça agora. Como eu estou agora? Vamos passar isso pra caneta então.
Qual a sua expectativa para a recepção do público?
Espero que recebam da melhor forma possível, de braços abertos como se fosse o hexa. Espero que a galera receba assim, dessa forma. Porque está muito bom, cara. Sério. É um trabalho bem bonito. Então a galera que me acompanha sabe que eu que me dedico pra fazer álbuns interessantes. Estou com uma expectativa bem boa nesse lançamento pra recepção do público.
Por que você decidiu trazer também esse projeto multissensorial, com os vídeos e a exposição, para o álbum 'Ícarus'?
Além da música que é o carro-chefe, em projetos grandes você consegue trazer mais as pessoas pra esse mundo. Então, acho que todas as formas de arte... Todas as formas de conseguir trazer pessoas pra esse mundo (da arte) são válidas. Isso já desde das antigas, fazendo videoclipe que é pra trazer a pessoa mais pro universo da música. A gente agora consegue usar ferramentas pra trazer essa galera pro universo do álbum. É pra isso, pra galera tenta estar nesse universo, se divertindo e vivendo aquele universo. Então, espero não só agregar, enfeitar um trabalho, a gente não está jogando um monte de coisa pra galera ir catando... São portas também, pra pessoa acessar o universo do álbum.
O que os seus fãs podem esperar do BK daqui pra frente? Quais são seus próximos planos?
Projeto eu não tenho. Eu quero estudar mais. O que o BK do futuro vai fazer? Qual vai ser o lançamento? Eu não sei! Daqui a dois anos, daqui a três anos, eu não sei… Talvez no ano que vem eu lance um projetão… Mas eu quero nesse começo de ano, que a gente está rodando palcos, eu quero começar a estudar mesmo, ler algumas coisas, ver outras coisas, fazer minhas pesquisas pra ir alimentando minha criatividade, pra pensar no que fazer. É bom dar essa estudada.

Você acha que o rap já conquistou o respeito que merece no Brasil?
Eu acho que ele está atingindo. Acho que está nesse processo. Está mais organizado. Os cachês estão melhorando. O público… todos os tipos de rap têm público… Então, eu acho que se continuar com essa organização e se continuar criativo... Entendeu? Acho que ele vai chegar realmente em um patamar que ele merece e ser levado a sério mesmo.
Reportagem da estagiária Rebecca Henze sob supervisão de Tábata Uchoa

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