Rio - Quem viveu o auge dos anos 2000 no Rio de Janeiro lembra dos hits cantados pelo grupo de funk "Os Hawaianos", que se destacou com músicas como "Vem Kikando", "Sequência do Pente" e "Abecedário dos Hawaianos". Com uma retomada meteórica em 2022, os meninos explodiram com o sucesso "Desenrola, Bate, Joga de Ladin". No entanto, eles decidiram novamente se dedicar a projetos individuais. O vocalista Yuri Hawaiano fala sobre a nova fase e o que o público pode esperar de sua carreira solo.
Yuri, você agora está seguindo carreira solo, mas o que o grupo 'Os Hawaianos' representa na sua vida?
É a minha vida. Representa tudo pra mim. Absolutamente tudo! O que sou hoje, o que conquistei, foi graças a existência dos 'Hawaianos'. Sou muito grato a Deus por ter me dado a oportunidade de fazer parte da criação desse grupo e por nos permitir criar essa história tão linda e alegre que construímos ao longo de todo esse tempo.
De que forma avalia a retomada do grupo nesses dois últimos anos?
Foi bom para a gente tanto em questões pessoais, porque a gente não se falava mais e, graças a Deus, nos unimos novamente. Conseguimos acertar o que estava errado para então poder dar um passo profissional, para nos juntarmos novamente de uma forma mais madura e leve. Energia boa só traz coisas boas e junto com muita dedicação, conseguimos trabalhar, emplacar mais um sucesso para ficar na memória de todo mundo e marcar mais ainda a nossa história. Alcançamos o nosso objetivo, que era explodir mais uma música, fazer bastante shows e rodar todo o Brasil levando a nossa arte.
E o sucesso 'Desenrola, Bate, Joga de Ladin'? Você esperava toda a repercussão?
O que tenho para dizer dessa música é que foi um presente de Deus, um divisor de águas para a carreira de todos nós. Essa música fez a gente voltar para o cenário musical, alcançou números que outras músicas nossas nunca alcançaram, mesmo com todo o sucesso que algumas delas também fizeram. Quando eu e o Tonzão escrevemos essa música, nós sentimos que ela poderia sim fazer sucesso e se tornar um hit viral, mas da forma avassaladora que foi, ninguém imaginava. Um hit mundial, que alcançou todos os públicos e fez o mundo inteiro dançar.
Quais são os momentos mais importantes nessa trajetória?
Tenho três coisas que considero ter sido as principais pra mim. A começar por quando recebemos a primeira oportunidade no programa “Central da Periferia”, apresentado pela Regina Casé, na TV Globo. A gravação aconteceu na nossa comunidade, Cidade de Deus, em 2004, 2005. A segunda foi a gravação do nosso DVD, algo que nenhum grupo de funk tinha conseguido e isso nos fez entender que aquele momento era único e todo nosso. E que por isso deveríamos fazer algo impactante. Então montamos o projeto com 50 faixas nossas e conseguimos representar o nosso funk da melhor maneira possível. Já a outra coisa foi o nosso retorno de uma maneira tão avassaladora com a música ‘Desenrola, Bate, Joga de Ladin’.
Como surgiu a decisão de seguir carreira solo?
Foi algo planejado. Eu voltei para o projeto dos Hawaianos com data de início e término. E com isso eu vim me preparando, porque eu já sabia que iria chegar esse momento. Quando voltamos e iniciamos o projeto, a nossa intenção foi trabalhar duro e estourar uma música pra gente voltar com força para o cenário musical. Estou saindo com a sensação de dever cumprido e serei grato eternamente pela vida dos meus companheiros de trabalho. Hoje me sinto preparado para alcançar lugares mais altos. Estou mais maduro e com novas metas.
O que os fãs podem esperar dessa nova fase?
Muita música, muita entrega, show novo, vários projetos incríveis. Pretendo lançar um EP nostalgia, com várias participações, para começarmos com o pé direito. Além disso, também vou trabalhar em músicas inéditas e vários clipes que vão parar tudo. Também já tenho turnês marcadas para a Europa, Estados Unidos e muitos shows pelo Brasil.
Qual sua expectativa para esse momento?
Ansioso para fazer o meu primeiro show e botar em prática tudo o que eu planejei durante todo esse tempo. Vai ser pedrada. Estou de verdade muito empolgado para começar logo os trabalhos. Sempre pensei em um dia seguir uma carreira solo e buscar algo totalmente inovador, para continuar fazendo história através da arte, mas nunca tomei uma iniciativa. Hoje com o apoio da minha família, amigos e o apoio do meu sócio, eu percebi que esse era o meu tempo, então coloquei isso como meta.
Fala pra gente sobre a primeira música, 'Sarradinha'. Como foi a produção e a parceria com o Kevin O Chris?
Comecei com o pé direito. Quando eu fiz essa letra eu já pensei na produção com o tambor raiz. Mas eu vi que faltava algo. Como eu já estava conversando com o Kevin, eu aproveitei a oportunidade para gravar essa música com ele. Pra mim ele é um monstro da música, né? (risos). Então não tinha como dar errado! Fazer essa parceria com ele foi a mistura perfeita: Yuri Hawaiano, Kevin O' Chris e o funk raiz.