Luisa Marilac chora ao relembrar constrangimento: ' fui tirada de dentro de um toalete com a calcinha arriada'

A YouTuber, Luisa Marilac, resolveu se abrir e falar do caso da travesti barrada no shopping Pátio, em Maceió. Muito emocionada, a transexual, relembrou das vezes em que ela também foi expulsa de banheiros públicos e da humilhação que sentiu.

“Ponha-se no meu lugar. Imagine você entrar num toalete feminino e ser expulsa. Eu já fui tirada de dentro de um toalete com a calcinha arriada”, disse ela aos prantos no vídeo. “Fui jogada pra fora como um bicho. Chamei a polícia e não aconteceu nada. A gente se revolta.”

Luisa disse que até hoje faz o possível para evitar o uso de banheiros públicos, pois diz ter medo de ser atacada e humilhada novamente.

“Hoje em dia, para entrar dentro de qualquer toalete, mesmo tendo o nome mudado, para mim é muito difícil. Às vezes, eu seguro (a vontade) o máximo para evitar esse tipo de constrangimento”, contou.

Apesar de Luisa ser reconhecida por lei como mulher, ela ainda enfrenta olhares hostis por onde passa. “No metrô, fui entrar no toalete, uma mulher disse: ‘Você não está no banheiro errado?’ Eu puxei a identidade: ‘Você tá vendo (escrito) aqui Luisa Marilac? Se você insistir, essa mão vai no meio da sua cara’. Estou dentro dos meus direitos”, relembrou revoltada.

Segundo a youtuber, a sociedade é hipócrita no tratamento entre homens e mulheres cis ou trans. “Você entra dentro de um banheiro masculino e está escrito ‘É proibido fazer sexo’. Tem um monte de vídeos aí de homens transando com homens. Pais de família fazendo putaria em banheiro público. Essas mulheres com cabeça pequena e preconceituosa acham que nós (transexuais) estamos indo ali (no banheiro feminino) para fazer a mesma coisa”, explicou Luisa.

Ela também comentou sobre o episódio ocorrido no shopping de Maceió, onde uma transexual foi impedida pelo segurança de acessar o toalete feminino. “Transfobia hoje é crime. Não é ‘mimimi’. Eles não podem tirar nossos direitos”, disse.

Marilac ainda afirmou que mulheres trans usarem o banheiro feminino seriam violentadas. “Se a gente entrar, nos estupram, nos violentam”, finalizou.