Ela atua, canta, dança e inspira milhares de jovens nas redes sociais. Aos 20 anos, Gabz faz sucesso como Jaqueline em Malhação — Toda forma de amar, e mostra que não veio para brincadeira. A carioca de Irajá, que já fez outros trabalhos na Globo, está tirando de letra o novo desafio. "Fiz algumas novelas na emissora, como Viver a Vida, em que interpretei a Taís Araújo pequenininha. Foi a primeira vez em que tinha uma protagonista negra numa novela das 21h e foi incrível, porque comecei a ver um cabelo parecido com o meu na televisão. Depois fui estudar, me interessei por rodas de rap e por outras coisas. E agora estou de volta, galera!", comemora.
Se a relação de Jaque com o pai tem muito que melhorar, a sua afinidade com a mãe é das melhores. A conexão entre as personagens é tão grande que extrapolou a ficção e foi para a vida real. "É um presente diário trabalhar com a Olívia (Araújo, que interpreta Vânia). Ela é incrível e tem me dado um entendimento não só da personagem, mas também da vida. A gente troca muita ideia e acaba sendo uma realidade bem próxima, porque a gente trabalha em uma novela contemporânea, falando de mulheres negras, e isso é muito importante pra a gente. A Olívia é uma mulher forte, maravilhosa e guerreira. Sou apaixonada demais por ela!", se derrete Gabz.
A atriz acredita que a proximidade da personagem com Madureira, interpretado pelo ator Henri Castelli, se deve ao fato da ausência paterna na vida da garota. "Eles têm muito a ver. O Madureira tem um espírito altruísta e a Jaque aprende muito com ele", destaca. Na hora de apontar um desfecho amoroso para a personagem, Gabz não se arrisca. "Vou torcer pra Jaqueline ficar rica, fazer uma faculdade boa, dar luxo pra mãe. E que o bofe acompanhe ela", brinca.
"Eu não tenho opinião porque acho que Daniel (Hugo Moura) e Thiago (Danilo Maia) têm suas qualidades. O que eu gosto muito da Jaqueline é isso: ela tem os meninos que mexem com o coração dela, porque ela não é de ferro, só que ela não coloca isso como coisa principal na vida!", explica.
Carreira musical
O rap é um elemento que aproxima Gabz e Jaqueline. Na novela, a personagem incentiva e frequenta rodas do ritmo musical. Nos palcos, a atriz assume a postura de cantora e se joga nas rimas. “Pra mim é incrível ver o rap ser representado na novela. “A gente vê a TV aberta falando de rap e de manifestações culturais dentro das periferias e isso é muito louco, porque a cultura de rua tem um poder tão grande! É muito representativo estar na maior emissora do país, quer dizer que a gente está agregando isso à nossa cultura nacional. Isso é muito importante, porque o rap é um meio de comunicação. É também uma forma de você propagar a cultura, as formas de pensamento, sabe? Pra mim isso é educativo. Significa muita coisa”, afirma. Com o ritmo da novela, a jovem teve que reduzir o ritmo de seus shows, mas não deixou a carreira de cantora totalmente de lado. “Agora eu estou trabalhando mais em estúdio, porque eu tô gravando muito. Eu tenho me dedicado muito à Jaqueline, mas ainda estou na ativa e fazendo as coisas. Parar jamais!”, ressalta ela, que tem Racionais MC’s e Elza Soares como suas principais inspirações musicais.
Para fazer Malhação, a atriz teve que fazer aulas de muay thai, e conta que amou a experiência. “Foi muito legal! Sempre fui muito ligada a dança, a usar o corpo de outra forma. Foi uma descoberta muito grande ver que eu posso me defender também. Eu sou toda pequenininha, e a luta mostra que não depende exatamente do seu tamanho para você conseguir fazer as coisas. Recomendo pra todo mundo que quer tirar o estresse”, indica. Além da dança e do esporte, Gabz se preocupa em ter um momento dedicado ao cuidado pessoal. “Gosto de tirar um dia para mim, aí cuido da pele, faço massagem. Esse dia, pra mim, é quase um ritual, de pôr música alta e ficar sozinha, me curtindo. Se cuidar está mais associado ao autocuidado do que aos padrões estéticos”, define.