Já imaginou a aventura de investigar um crime em meio à pandemia do novo coronavírus? Tudo isso atrelado aos cuidados de um inspetor pra lá de atrapalhado? É com esse pano de fundo que Fernando Caruso protagoniza a primeira série em formato podcast do Gshow, Gilmar Baltazar, Detetive Particular, com um novo episódio a cada sexta-feira. A trama retoma a nostalgia das radionovelas, com muitas pitadas de humor e suspense.
"Tá sendo muito divertido em boa parte por causa disso: o formato dá liberdade para os autores brincarem com o áudio e encontrar piadas que, talvez, não conseguíssemos num programa de TV. Tem bastante nonsense", conta Caruso. Na série, Gilmar é contratado por Michel (Paulo Mathias Jr.) para investigar um assassinato em plena quarentena. Se não bastasse, ele ainda tem que tomar os cuidados para não se tornar uma vítima do criminoso e da Covid-19.
"Gilmar é um detetive muito atrapalhado. Ele tenta agir como um clássico detetive, manter a pose, mas tudo dá errado na sua vida", brinca o humorista, que, assim como o personagem, morre de medo da pandemia. "Eu tenho tomado mais cuidado que o Gilmar, com certeza! A paranoia só não bate porque eu tô desde o início da pandemia sem sair de casa. Se eu fosse pegar de alguém, só poderia pegar da minha mulher, que também tá desde o início sem sair de casa", conta ele. "Enquanto não inventarem um spray de Covid, estamos fora de perigo (em casa)."
Mesmo em isolamento, Caruso não para. Só na quarentena ele gravou os episódios de Gilmar Baltazar, Detetive Particular, volta nas noites de sábado com o Zorra e ainda participa do projeto Cada um no Seu Quadrado. Mas ele se faz de modesto. "Acho que me impulsionou em ser criativo na maneira de executar os projetos. Mas gasto a maior parte do meu tempo lavando louça mesmo. Tenho muitas ideias pros outros, mas pra mim, nada. Só louça", brinca.
Amigos de uma vida
Na 'podsérie', além de Caruso, Dani Calabresa, Luana Martau, Márcio Vito, e Paulo Mathias Jr. abrilhantam o elenco, que conta com texto de André Boucinhas, Fernando Aragão, Haroldo Mourão, Ricardo VR e Vinicius Antunes. "Sem dúvida, não só com ela (Dani), mas todo o elenco! Paulo Mathias é um dos meus amigos mais próximos do Zorra — não digo que é o maior porque ele só tem um metro e vinte — e o Marcio Vitto, conheço dos tempos em que vivíamos de teatro. E Luana eu já estava louco pra conhecer, por ser fã do Tá no Ar."
Contracenando com a esposa
E quem estava com saudades do Zorra, já pode começar a comemorar. O humorístico já está de volta à telinha, mais afiado do que nunca, e com reforço no elenco. Para Caruso, um gostinho especial: essa é a primeira vez que ele grava com a mulher, a atriz Mariana Cabral. "Tá sendo cansativo, mas muito gratificante. A entrada mais importante pra mim no elenco é a da Mariana Cabral, minha esposa. Sempre foi um sonho trabalhar com ela. Torço pra que a galera curta e a gente faça cada vez mais cenas", diz Caruso.
Política com humor
Fernando Caruso se tornou o imitador oficial de presidentes do Brasil no Zorra. Depois de brilhar como Michel Temer, suas paródias como Jair Bolsonaro bombaram na Internet e ele representou o presidente no Carnaval. "Acho muito bacana quanto o humor, além de fazer rir, consegue denunciar e fazer refletir", avalia. O problema é que, às vezes, os apoiadores de Bolsonaro ficam incomodados com as piadas. Caruso, claro, se diverte. "Sinal de que estou fazendo bem o meu trabalho. Amor e ódio costumam caminhar de mãos dadas."