Em sua vig�sima edi��o, a Feira de Vinil do Rio traz painel e entrega de pr�mio para Jo�o Donato

E h� LPs e compactos tamb�m na Feira Rio Antigo, em meio a op��es de decora��o e gastronomia

Por RICARDO SCHOTT

Feira de vinil do Rio
Feira de vinil do Rio -

Rio - Nos Estados Unidos, o momento é propício para quem comercia discos de vinil. Um relatório da Nielsen, empresa de medição e análise de dados, mostra que, em 2017, ele representou 14% das vendas de música em formato físico. Em outro relatório, da Recording Industry Association of America, há a informação de que a receita das vendas de vinil ultrapassaram os US$ 395 milhões. Marcelo Maldonado, uma das pessoas por trás da Feira de Vinil do Rio - que tem sua 20ª edição neste domingo, na Univeritas, no Flamengo - diz que o cenário por aqui é bem diferente.

"A gente tem a impressão de que é uma coisa em larga escala, mas não é. É nicho. Somos um foco de resistência, aconteceu muito chão até aqui, para chegarmos na vigésima edição", conta Marcelo, que é sócio da loja de discos Satisfaction, uma das mais duradouras do Rio. "O que fez reaquecer as vendas aqui no Brasil foi gente que herdou coleções de seus pais. Gente que percebeu que o vinil tem um som especial, que gosta de olhar o encarte. Tem pessoas que compram vinil até sem ter toca-discos, mas é um percentual ínfimo".

HOMENAGEM

A Feira de Vinil do Rio é chamada informalmente de "feira do Bennett", por ter tido várias de suas edições realizadas no colégio do Flamengo. Desta vez, vai rolar nas instalações da Univeritas, com público aguardado de 1.500 pessoas e cerca de 60 expositores, entre independentes e lojistas do Rio e até de São Paulo. Todos eles vêm trazendo uma lista bem querida de raridades (como você confere na página 10) e preços para todos os bolsos.

Os organizadores da Feira de Vinil do Rio também fazem questão de premiar personalidades da música que têm relação forte com o lado mais emocional dos LPs e compactos. O Prêmio Feira de Vinil já foi entregue ao soulman Carlos Dafé, ao saudoso baterista Wilson das Neves, a Arthur Verocai, a Marcos Valle e ao grupo Azymuth. Desta vez, quem passa por lá para receber o prêmio é João Donato.

"A gente sempre teve uma preocupação de resgatar o trabalho de capistas de discos, engenheiros de som, músicos. A ideia é mirar em pessoas próximas do segmento de LP. No caso do João Donato, chegamos aos 60 anos da bossa nova, e ele é um cara que está aí até antes disso, é um pré-bossa", diz Marcelo, lembrando que quem é homenageado se emociona. "O Marcos Valle deu mais de 200 autógrafos quando recebeu o prêmio, e tirou fotos com todo o mundo".

Além do prêmio, a Feira apresenta um painel com o tema 'Vinil - Mercado, Memória e Mídia', com a participação de Silvio Essinger, Arnaldo De Souteiro (jornalista, produtor e colecionador de vinis) e Marcelo Fróes (pesquisador e produtor musical), com a mediação do produtor e DJ (e também comandante da Feira) Marcello MBGroove. Acontece na Univeritas domingo, às 15h.

VINIL NA RUA

A Feira Rio Antigo, que acontece todo primeiro sábado do mês na Rua do Lavradio, no Centro Antigo da cidade, é um espaço democrático. Primeiro porque ela influencia o próprio entorno, com vários restaurantes abertos na região, promoções variadas, famílias e grupos de amigos almoçando juntos. Segundo, por oferecer músicas de graça na rua - desta vez, tem participações do tradicional grupo Cavalo Marinho da Paraíba, às 14h30 (na altura da Avenida Mem de Sá) e do grupo de choro Pixin Bodega (na sequência, na Praça Emilinha Borba, esquina da Rua do Lavradio com a Rua do Senado).

E terceiro, pela fartura de ofertas de compras, que inclui livros usados, fitas VHS e DVDs, objetos de decoração e... vinis, pelos mais variados preços. Ronaldo Dias, do Sebo Foguete (Avenida Gomes Freira 256, Lapa), vai se dividir entre as duas feiras - Rio Antigo e Univeritas. E diz que o vinil é uma parte importante da feira de amanhã.

"Muita gente vai à Feira só pra comprar vinil. E tem uma parcela de pessoas que é pega de surpresa e acaba aproveitando a ocasião para garimpar. Em janeiro, tinha bastante visitante na cidade e atendi diversos turistas, gente da América do Sul e dos Estados Unidos", conta ele, cujo sebo ainda vai estar presente na Feira de Vinil de Juiz de Fora, também neste domingo.

Na feira, ou em seu próprio sebo, Ronaldo costuma vender discos de nomes como Tim Maia e Jorge BenJor para quem está começando a se aventurar no vinil. E comercia coisas bem mais raras para a turma escolada.

"Aí a coisa vai se afunilando para discos de Arthur Verocai e Pedro Santos (o clássico 'Krishnanda', de 1969). São discos de tiragem limitadíssima e as pessoas passam a vida atrás desses LPs".

 

Galeria de Fotos

Feira de vinil do Rio Divulga��o
Imagens da Feira de Vinil do Rio, que ganha sua vig�sima edi��o neste domingo na Univeritas e traz v�rios escaninhos com raridades que os f�s passam anos procurando e, contrabalan�ando, ofertas bem baratas e acess�veis Divulga��o
Feira de Vinil do Rio Divulga��o
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