Rio - Da era de Angela Maria, sobraram hoje em dia apenas ela e Agnaldo Rayol. "Sendo que eu sou dos anos 1950 e ele ainda é anterior a mim, dos anos 1940. O Cauby Peixoto, infelizmente, já morreu. E tem o Agnaldo Timóteo, mas ele veio depois de nós", recorda a veterana cantora, com 88 anos de vida e mais de 70 de carreira. Que abre amanhã, com show na Arena Jovelina Pérola Negra, na Pavuna, uma temporada no Rio que irá durar quase duas semanas.
Acompanhada do violonista Ronaldo Rayol (irmão de Agnaldo, por sinal), ela passa por lonas e arenas da cidade, e também pela Sala Municipal Baden Powell, em Copa (na quarta que vem) e no Teatro Municipal de Niterói (na quinta que vem). Com exceção do Municipal, os shows são a preços populares, a partir de R$ 30 veja todos os horários e locais ao lado.
"Vai ser um reencontro com meus fãs do Rio. Se bem que estou sempre aí", brinca ela, que apresenta músicas de Roberto e Erasmo Carlos no show, como 'Não Se Esqueça de Mim', 'Sentado à Beira do Caminho', 'Sua Estupidez'. E alterna com canções de seu próprio repertório, como 'Gente Humilde', 'Babalu' e 'Falhaste Coração'.
Angela diz que seu público não é só dos fãs que a conheceram nos anos 1950 e 1960. "É muito misturado, em termos de idade. Tem muito jovem, tem até criança. E tem gente, claro, que ficou fã na época em que apareci. A pessoa, às vezes, tem 70 e tantos anos mas tá lá na plateia", conta Angela. Alguns dos fãs já viraram até amigos, ou pelo menos pessoas muito próximas dela. "Me comunico com eles pelo fã-clube", conta.
CD COM NELSON GONÇALVES
Em maio, sai o CD 'Angela Maria & Nelson Gonçalves Ao Vivo', com a gravação de um show histórico de Angela com Nelson (1919-1998), feito em 20 de julho de 1978 no palco do Anhembi, em São Paulo (SP). O disco já havia circulado em edição pirata e agora chega oficialmente às lojas pelo selo Nova Estação, do produtor Thiago Marques Luiz. "Minha maior lembrança desse dia era que o Nelson era muito engraçado. Quando eu ia tentar uma nota mais aguda, ele brincava que não ia dar certo, falava: 'O que é isso?'. Morria de rir com ele", diz, saudosa do amigo.