Governo descarta uso de outras medidas para mudar Previd�ncia

Fonte do governo diz que uso de MP ou PL tecnicamente podem ser feitos, mas que politicamente essa op��o n�o est� na mesa

Por MARTHA IMENES

Para Arthur Maia, principal causador do fracasso da Reforma da Previd�ncia foi o pr�prio governo
Para Arthur Maia, principal causador do fracasso da Reforma da Previd�ncia foi o pr�prio governo -

Rio - Embora o governo Temer negue, especula-se que alguns pontos da "finada" Reforma da Previdência podem ser alterados por Medida Provisória ou Projeto de Lei. Isso porque eles não emendariam a Constituição, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 287), e permitiriam ao governo fazer algumas alterações no sistema previdenciário sem colocar em risco a segurança jurídica tanto da Reforma da Previdência quanto da intervenção federal na Segurança Pública do Rio.

"Tecnicamente alguns pontos da PEC podem ser alterados por Medida Provisória ou por Projeto de Lei, mas não há qualquer definição política sobre essas mudanças", garantiu uma fonte do governo. "Neste momento nada muda", acrescenta.

Vale lembrar que o texto inicial da reforma, apresentado em 2016, foi alterado algumas vezes para que a base aliada chegasse a um consenso do que poderia ser ou não mudado. O texto final, que deveria ser votado até o dia 28 de fevereiro, foi divulgado no início do mês pelo relator da reforma na Comissão Especial da Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA).

Conforme informações de um site de notícias, um dos pontos seria o tempo mínimo de contribuição à Previdência, que voltaria para 25 anos, e não mais os 15 anos conforme negociado com os partidos da base aliada e a equipe de Temer. Outro item seria o acúmulo de pensão e aposentadoria do INSS, que na versão anterior era vetada, mas na atual, divulgada por Maia, é permitida.

"Todas as alterações, volto a afirmar, podem ser feitas tecnicamente. O que não quer dizer que serão feitas. O governo trabalha com a PEC e enquanto ela estiver suspensa, até o momento, não existem alternativas para mudanças no sistema previdenciário", disse a fonte.

Já para Arthur Maia, não há possibilidade e "qualquer tipo de ânimo" para se votar no Congresso pontos da atual reforma por medidas infraconstitucionais, ou seja, sem ser por PEC. Segundo ele, o estabelecimento da idade mínima e unificação dos regimes de Previdência de servidores públicos e trabalhadores privados, pontos considerados como o "núcleo" da reforma, só podem ser aprovados por mudança constitucional.

Segundo Maia, o projeto fracassou por "alguns problemas" desde que foi enviado ao Congresso. O principal foi do próprio governo, que enviou para o Legislativo um "projeto muito duro". "Talvez naquela lógica da negociação: vou mandar 100 para conseguir 50", ironizou. Segundo ele, esse texto duro "contaminou negativamente" o debate sobre a reforma.

 

Senado e C�mara reagem a an�ncio

Ap�s suspender a tramita��o da Reforma da Previd�ncia no Congresso, o governo Temer agora corre atr�s para "fazer caixa". Entre as 15 medidas anunciadas como "pauta priorit�ria" pelos ministros da �rea econ�mica e pol�tica, 12 constam de projetos de lei em discuss�o na C�mara ou no Senado. E isso acabou acirrando os �nimos dos presidentes da duas Casas.

O presidente do Senado, Eun�cio Oliveira (MDB-CE) foi en�rgico e disparou: "Que pauta priorit�ria que eu n�o sei? Que 15 pontos? A pauta do Congresso quem faz somos n�s do Congresso, n�o � o governo que faz pauta aqui. Ele (Temer) pode encaminhar projetos e a� eu pautarei ou n�o. N�o � o governo que pauta aqui, n�o".

"O an�ncio (do governo) foi precipitado, sem um di�logo mais profundo, essa n�o ser� a pauta da C�mara. N�s vamos pautar o que n�s entendemos relevante, no nosso tempo", advertiu o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Para o presidente da C�mara, o pacote apresentado cheira "a caf� velho e frio, que n�o atende � sociedade". "A pauta da C�mara � da C�mara, os projetos j� est�o aqui, se o governo quer uma pauta econ�mica nova, que apresente uma pauta econ�mica nova", disse.

Das 15 propostas, duas ter�o de ser elaboradas para serem encaminhadas � Casa Civil. S�o elas: autonomia do BC e simplifica��o do PIS e do Cofins. Uma delas est� no gatilho para ser votada: o fim da redu��o de impostos sobre a folha de pagamentos. De acordo com o presidente da Comiss�o Especial da C�mara dos Deputados, Renato Molling (PP-RS), o relat�rio Projeto de Lei 8.456 s� depende do aval do presidente da Casa para ser votado.

Se aprovado, o PL levar� de volta aos cofres da Uni�o R$ 785 milh�es por m�s em arrecada��o. De junho a dezembro esse valor chega a R$ 5,5 bilh�es.

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Para Arthur Maia, principal causador do fracasso da Reforma da Previd�ncia foi o pr�prio governo Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil
Emanuela, vencedora do pr�mio do ano passado, criou um ateli� voltado para costureiras refugiadas, que j� conta com dez funcion�rias Divulga��o

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