Planos populares s�o op��es para aliviar custo com conv�nio m�dico

Com norma da ANS, que entra em vigor no fim do ano, sa�da � procurar alternativas de pre�os baixos

Por MARTHA IMENES

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Rio - Com a adoção de pagamento de franquias (taxa extra cobrada para usar o serviço, assim como ocorre em seguros de carros) e de coparticipação em planos de saúde que serão autorizadas pela Agência Nacional de Saúde (ANS), as clínicas populares podem ser uma alternativa e ajudar o consumidor a gastar menos para manter a saúde em dia. Preços de consultas e exames de imagem, por exemplo, são oferecidos a partir de R$ 60 e R$ 80, respectivamente. O DIA fez um levantamento de valores para ajudar o leitor a economizar na hora de contratar convênio médico. A medida da ANS deve entrar em vigor no fim deste ano e começo de 2019.

Nova no mercado carioca, a empresa gaúcha Docctor Med, que tem uma unidade em Benfica, Zona Norte do Rio, oferece consultas a partir de R$ 60. E no próximo mês está prevista a inauguração de outra clínica em Vila Isabel, na Rua Barão de São Francisco, 299, em frente ao shopping Boulevard. São oferecidas aos pacientes, as especialidades de clínica geral, ginecologia, cardiologia, pediatria, psicologia, odontologia, dermatologia, urologia, reumatologia, medicina do trabalho, medicina da família, oftalmologia, psiquiatria, geriatra, nutrição, otorrinolaringologia.

Os clientes têm ainda exames laboratoriais e de imagem a preços mais em conta. Um hemograma, por exemplo, sai a partir R$ 12 e a ultrassonografia a partir de R$80. A clínica em atendimento fica dentro da Cadeg, na Rua Capitão Félix, 110, sobreloja 1,2,3 e 4.

"O paciente que não tem condições de pagar plano de saúde ou de esperar a saúde pública procura por nós", conta Geílson Silveira, presidente-executivo e fundador da Docctor Med.

Maria José Jesus Ribeiro, 67 anos, aguarda cirurgia há dois anos - Alexandre Brum / Agência O Dia

Em maio, os preços das consultas serão promocionais na unidade de Vila Isabel, que cobrará um pouco mais caro que a de Benfica. As consultas sairão por R$ 60 (clínica geral) e especialidades por R$75. Depois os preços mudam para R$ 80 e R$ 90, respectivamente. Haverá especialidades de cardiologia, dermatologia, endocrinologia, fisioterapia, fonoaudiologia, gastroenterologia, ginecologia, medicina da família, medicina do trabalho, neurologia, nutrição, ortopedia, otorrinolaringologia, pediatria, psiquiatria e urologia. Exames laboratoriais, de imagem e ultrassonografia terão o mesmo patamar de preços praticados em Benfica.

"Antes de aderir a qualquer plano, seja ele popular, de clínica ou convencional, é preciso procurar referência sobre o convênio que pretende contratar e se ele tem autorização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para funcionar", alerta Marcelo de Souza, da Flap Corretora de Seguros, que fica no Centro do Rio.

OUTRAS OPÇÕES NO MERCADO

Outra opção no mercado do Rio é a MedicMais, que tem uma unidade na Taquara, na Estrada do Tindiba 2.625, onde são oferecidos exames a partir de R$ 5 e consultas a R$ 90, em média. Entre as especialidades estão cardiologia, clínico geral, dermatologista, neurologia, nutrição, ortopedia, fisioterapia, pediatria e odontologia.

E na última quarta-feira foi inaugurada outra clínica da marca em Niterói, na Rua General Andrade Neves 118, em São Domingos. Na unidade, que tem consultas a preço médio de R$ 90, são encontradas as mesmas especialidades da unidade da Taquara, inclusive exames laboratoriais. O teste de glicemia, por exemplo, custa R$ 5, já o hemograma completo, R$ 12; o de hepatite C, R$ 39 e o ultrassom bilateral das mamas, R$ 180.

Cobertura e credenciados devem ser pesquisados

Existem ainda os planos de clínicas que têm preços que cabem no bolso. Os valores da Samoc e Intermédica, por exemplo, podem ser considerados mais em conta: as mensalidades variam de R$ 150 a R$ 178,37 (0 a 18), respectivamente. Na faixa acima de 59 anos de idade, que possui os valores mais altos, vão de R$850 (Samoc) a R$1.070,06 (Intermédica). "Coberturas e rede referenciada devem ser lavadas em conta antes de optar por um plano", orienta Marcelo de Souza.

CONVÊNIOS TRADICIONAIS

O consumidor que quiser optar por planos de saúde tradicionais pode dar uma pesquisada nos valores da Assim Saúde e da Amil. "É preciso avaliar o custo relação-benefício", diz Souza.

Na Assim Saúde, por exemplo, os convênios vão de R$ 201,23 (0 a 18 anos), passando por R$379,43, na faixa intermediária de 39 a 43 anos, e R$1.207,02 para quem tem mais de 59 anos de idade.

Na Amil o plano mais baixo é o Next Plus RJ, com preços a partir de R$ 88,20 na faixa etária até 18 anos. Esse mesmo plano custa R$175,10 de 39 a 43 anos e R$526,66 acima de 59 anos. Para quem pode desembolsar um pouco mais, há o plano sem coparticipação por R$254,49 (18 anos); de 39 a 43 anos a mensalidade sai a R$ 505,20; e os mais velhos (acima de 59) pagam R$ 1.519,55.

E os altos preços nos planos de saúde para quem passa dos 59 anos é o que faz a aposentada Maria José Jesus Ribeiro, 67 anos, moradora do Cachambi, amargar uma longa espera para tratar da saúde na rede pública. "Os convênios médicos estão muito caros, não tenho como pagar. Na minha idade passa de R$ 2 mil. O dinheiro da aposentadoria mal dá para manter a casa", reclama Maria José.

A aposentada está há três anos esperando por uma cirurgia cardíaca no Hospital dos Servidores do Estado. Ela tem entupimento na aorta e precisa desobstruir a veia para poder sobreviver.

"O médico mandou voltar dia 10 de maio para falar com um cirurgião. Que vai ver se tem como fazer a cirurgia de uma outra forma", diz Maria José, esperançosa de que neste dia seu problema encontre uma solução.

Empresas n�o querem limite de cobran�a adicional

A nova resolu��o que a Ag�ncia Nacional de Sa�de (ANS) vai publicar, que permitir� que as operadoras de planos de sa�de cobrem franquia - taxa adicional como em seguros de carros -, pode "dar pano pra manga". Isso porque os planos de sa�de n�o querem limites na cobran�a. As empresas tamb�m s�o contra oferecer pacote m�nimo de servi�os gratuitos aos clientes, com exce��o para doen�as cr�nicas.

Pelo que prop�e a ANS, a franquia ter� o pre�o equivalente ao valor do plano contratado, que n�o pode ultrapassar o dobro da mensalidade. Se esta � de R$ 400, por exemplo, o total da fatura, incluindo o adicional, n�o pode passar� de R$ 800, no m�s, chegando a R$ 4,8 mil em um ano. A limita��o de valores contraria as administradoras de planos.

Na avalia��o do diretor-executivo da Federa��o Nacional de Sa�de Suplementar (FenaSa�de), Jos� Cechin, tanto a franquia quanto a coparticipa��o v�o funcionar como moderadores do uso do plano de sa�de, combatendo desperd�cios. O que � contestado pela pesquisadora em Sa�de do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ana Carolina Navarrete, que alerta para poss�veis preju�zos com a proposta da ANS.

"A franquia e a coparticipa��o s�o fatores para inibir o uso do plano de sa�de para os consumidores. Isso propicia uma maior economia para a operadora", afirmou. "Esses mecanismos n�o s�o vantajosos, especialmente para quem precisa de cuidado constante, como idosos ou doentes cr�nicos", acrescentou ela. "Aconselhamos que o consumidor preste muita aten��o na hora de contratar", diz.

A nova proposta regulamenta tamb�m o sistema de coparticipa��o, que j� � usado por muitos conv�nios m�dicos.

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Maria José Jesus Ribeiro, 67 anos, aguarda cirurgia há dois anos Alexandre Brum / Agencia O Dia
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