Médicos terão acesso a vídeo durante jogo da Copa para analisar choques de cabeça

Medida será implementada para agilizar diagnósticos

Por ESTADÃO CONTEÚDO

Ryan Mason se chocou fortemente contra Gary Cahill
Ryan Mason se chocou fortemente contra Gary Cahill -

Zurique - A Fifa anunciou nesta terça-feira que o departamento médico das seleções poderá ter acesso às imagens de TV em tempo real de lances que ocasionem lesões na cabeça de jogadores durante a Copa do Mundo da Rússia. A intenção é que o acesso ao vídeo agilize no diagnóstico da contusão.

A nova medida foi explicada para o médicos das 32 seleções que estarão no Mundial durante congresso em Sochi, na Rússia, nesta terça-feira. O encontro foi organizado pelo comitê médico da Fifa que tem como chefe Michel D'Hooghe.

"Introduzimos um sistema, onde um assistente do médico, ou um segundo médico, ficará sentado em frente a uma televisão e poderá enviar mensagens que auxiliem o outro médico durante um tratamento em campo", disse D'Hooghe.

"É uma ajuda suplementar para que o médico consiga saber com mais precisão se o jogador poderá seguir em campo. Essa será nossa primeira tentativa. Estou confiante que essa medida será uma grande ajuda para tratar dos atletas", prosseguiu.

A principal preocupação é evitar lances como na Copa de 2014, no Brasil, quando atletas tentaram permanecer em campo após uma concussão. O caso mais emblemático foi o do alemão Cristoph Kramer, que se chocou com o argentino Garay durante a final.

O jogador chegou a perguntar para o árbitro da partida, o italiano Nicola Rizzoli, se realmente estava jogando a final do torneio. O questionamento fez com que o juiz fosse até o banco da Alemanha e pedisse a substituição.

Também durante a Copa no Brasil, o uruguaio Álvaro Pereira levou uma joelhada do inglês Sterling e chegou a apagar no gramado. Ele foi atendido em campo e ficou indignado ao notar que seria substituído. O técnico Óscar Tabárez aceitou a exigência do jogador, que seguiu no jogo.

As partidas poderão ser paralisadas por até três minutos para que sejam analisadas as lesões nas cabeças. "Depois desse período o médico informará ao árbitro se o jogador terá condições de seguir na partida. O jogador, nem qualquer outro membro da comissão técnica, poderá se manifestar nesse sentido", informou D'Hooghe.

A ideia não é inédita no esporte. O rúgbi já utiliza as imagens de vídeo para auxiliar em incidentes suspeitos de concussão. O médico da seleção do Egito, Mohamed Abou, elogiou a decisão. "Durante o jogo, a equipe médica está sentada no nível do campo, então o impacto às vezes não dá para ser visto. É muito melhor poder ver o replay."

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