Justiça de Andorra pede extradição de ex-presidente da CBF

A Constituição brasileira veta a extradição de brasileiros - salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico de drogas

Por ESTADÃO CONTEÚDO

Ricardo Teixeira foi presidente da CBF
Ricardo Teixeira foi presidente da CBF -

Rio - A Justiça de Andorra pediu a extradição do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, investigado no pequeno país europeu por suspeita de lavagem de dinheiro em processo que inclui também o ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell. O ex-cartola brasileiro é acusado de ter "esquentado" 8 milhões de euros (cerca de R$ 32,3 milhões) de propinas em contratos envolvendo a seleção brasileira. Ele nega as acusações.

Segundo o advogado de Ricardo Teixeira, Michel Assef Filho, o pedido de extradição é "para prestar depoimento". Ao Estado, ele criticou o despacho. "Com todo respeito, o pedido não tem qualquer fundamento, pois é absolutamente desproporcional, já que o Ricardo nem sequer foi intimado por carta rogatória pra prestar depoimento. Ele está e sempre esteve à disposição das autoridades", afirmou Assef.

A Constituição brasileira veta a extradição de brasileiros - salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico de drogas. Além disso, Andorra não tem acordo de extradição com o Brasil.

Em 2012, ano em que deixou a CBF, Ricardo Teixeira oficialmente pediu residência em Andorra. Para isso, fixou seu endereço em dois povoados (cidades) diferentes. Os trâmites para convencer as autoridades a atender o pleito do brasileiro foram realizados graças a sócios de Sandro Rosell. No ano seguinte, o brasileiro perdeu a autorização de residência após as suspeitas sobre Teixeira virem à tona em reportagens publicadas pelo Estado.

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