A venda de Paulinho para o Bayer Leverkusen foi o estopim do racha político no Vasco. Em coletiva concedida ontem, na Barra da Tijuca, integrantes do grupo 'Identidade Vasco' alegaram que a debandada de 13 vice-presidentes foi motivada pela falta de transparência do presidente Alexandre Campello na negociação com o clube alemão e nas demais contas na Colina. Ex-vice de futebol, Fred Lopes colocou sob suspeita os detalhes da transferência de Paulinho ao revelar o sumiço da pasta com os arquivos do atacante, negociado por R$ 76,7 milhões.
"Por que a venda do Paulinho foi uma caixa-preta? Não se trata uma venda dessa em duas ligações. Na primeira, disse que seria 20 milhões de euros e 15% para o Vasco. Depois, 20 milhões e 10%. Na coletiva foi exposto um número diferente. O que era 70% virou 90%", criticou Lopes, que complementou: "Foi um movimento coletivo (o desligamento dos 13 vice-presidentes). A gente não confia nas informações. Existe um financeiro paralelo no Vasco".
Fred Lopes garante que nenhum vice-presidente teve acesso ao contrato da venda de Paulinho. Por isso, contestou a falta de pagamento em dia. "Se entrou, não foi feito para pagar dezembro, 13º e férias, num passivo que eu já adianto que é de R$ 7 milhões. Também não foi utilizado para pagar os direitos de imagem, comissionamentos aos empresários...", revelou Fred Lopes.
Enfraquecido politicamente, Alexandre Campello ensaia uma aproximação de nomes influentes da oposição, como José Luis Moreira e Otto de Carvalho. O presidente, que ainda não nomeou os substitutos para as 13 vice-presidências vagas, convocou uma entrevista coletiva, hoje, às 12h, em São Januário.
Em meio ao caldeirão político, a diretoria tenta blindar o futebol. No G-4 do Campeonato Brasileiro, o Vasco tem reagido à eliminação na Libertadores da América, e iniciará, amanhã a disputa pela classificação para as quartas de final da Copa do Brasil com o Bahia, na Fonte Nova.