A cobrança do torcedor rubro-negro será comparável aos milhões investidos em reforços. A vitória de virada, por 2 a 1, sobre o Bangu — gols de Diego e Rhodolfo, e Anderson Lessa, para os visitantes — no Maracanã, pela primeira rodada da Taça Guanabara, não empolgou, mas foi o primeiro passo dado para um ano que mira o fim do 'cheirinho'.
Antes de a bola rolar, a apresentação de Arrascaeta e Gabigol à torcida foi uma espécie de aperitivo para o banquete que os mais de 46 mil presentes aguardavam na arquibancada, pela diferença técnica e financeira. O salário mensal de Gabigol (R$ 1,25 milhão) pagaria um ano inteiro da folha do Bangu, estimada em R$ 200 mil/mês contra cerca de R$ 15 milhões da do Flamengo.
Alheio aos milhões investidos pelo Fla, o Bangu não se intimidou. O primeiro susto aconteceu na cabeçada de Pingo, que parou em Diego Alves. Na sequência, também de cabeça, Anderson Lessa levou a melhor na disputa pelo alto com Rodrigo Caio (contratado por R$ 25 milhões) e abriu o placar, aos 2 minutos.
O torcedor mostrou até paciência com a falta de ritmo. Aos poucos, o maior volume de jogo rubro-negro criou chances de igualar placar. O empate chegaria numa jogada polêmica e confusa, com Diego, de pênalti, aos 15. A origem do gol, porém, foi irregular. Na disputa entre Renê e Felipe Dias, a assistente Rejane Caetano da Silva levou um esbarrão e não viu a bola sair pela linha de fundo. Na sequência, Diego finalizou e Felipe Dias salvou o gol com o braço. Bruno Arleu assinalou pênalti e ainda expulsou o volante.
A expectativa pela virada e de uma atuação mais incisiva e menos burocrática não se confirmou, mas Diego se destacou. Na volta do intervalo, o Flamengo criou mais e, logo aos 8 minutos, Rhodolfo, de cabeça, marcou o segundo e marcou o início do domínio da equipe. Com uma série de defesas, o goleiro Jefferson evitou o pior, inclusive defendendo outro pênalti cobrado por Diego.