Catar - A seleção brasileira foi eliminada da Copa do Mundo na última sexta (9), ao ser derrotada nos pênaltis pela Croácia. Em sua coluna no UOL, Walter Casagrande destacou que, para o futuro, a relação da Seleção com os torcedores precisa mudar urgentemente.
"Não é só o treinador, comissão técnica, diretor de seleções que precisam mudar. As relações também precisam. A história do relacionamento dos jogadores e da seleção brasileira com a torcida e a sociedade brasileira precisam mudar urgentemente. Esses relacionamentos precisarão ser reescritos, e os autores serão os novos jogadores. Aqueles que não foram contaminados pelo futebol ostentação, arrogante e prepotente dos líderes dessa última geração", disse.
O ex-jogador do Corinthians ainda deu a sua opinião sobre os jogos da seleção brasileira antes da Copa do Mundo. Para Casagrande, o ciclo da Copa de 2026 precisa contar com mais jogos sendo disputados ao redor do país.
"A seleção precisa jogar mais no Brasil, não só em jogos de Eliminatórias, mas também em amistosos espalhados pelas capitais do país. Os torcedores de todo o Brasil têm o direito e merecem ver os seus ídolos de perto. É assim que se conquista identidade e aproximação com a realidade brasileira. O povo precisa se sentir pertencente a esse processo de recuperação da imagem da seleção brasileira por todo país. É uma questão de acolhimento: os torcedores acolhem a seleção, e os jogadores acolhem esses torcedores", disse, antes de completar, fazendo duras críticas aos torcedores que não acompanham a seleção frequentemente:
"A CBF precisa se aproximar da sociedade e dos verdadeiros torcedores, e não dos torcedores de vitrine.
Precisa estar mais perto daqueles que são apaixonados pelo futebol, pela essência do esporte e da própria alma, e não daqueles que aparecem a cada quatro anos atrás de cliques para aumentar o número de seguidores nas redes sociais. Precisa se aproximar daquele que chora com as vitórias e derrotas, e não dos que fazem caras e bocas para o telão e para as selfies. O Brasil continua sendo o país do futebol, só que não para essa turma oportunista. Mas daqueles torcedores invisíveis que estão em casa assistindo a Copa, porque não tem dinheiro e nem patrocinadores para estarem perto da seleção", completou.
Precisa estar mais perto daqueles que são apaixonados pelo futebol, pela essência do esporte e da própria alma, e não daqueles que aparecem a cada quatro anos atrás de cliques para aumentar o número de seguidores nas redes sociais. Precisa se aproximar daquele que chora com as vitórias e derrotas, e não dos que fazem caras e bocas para o telão e para as selfies. O Brasil continua sendo o país do futebol, só que não para essa turma oportunista. Mas daqueles torcedores invisíveis que estão em casa assistindo a Copa, porque não tem dinheiro e nem patrocinadores para estarem perto da seleção", completou.
Casagrande ainda criticou a atitude dos jogadores da seleção brasileira em chegar aos estádios dos jogos utilizando fones de ouvidos e óculos escuros. No duelo com a Cróacia, Neymar surpreendeu e desceu do ônibus utilizando um óculos juliet.
"Não nos escondíamos com óculos escuros e fones de ouvido, com distância deles — porque óculos se usa e nem sempre para se esconder. Por que usar fones quando o torcedor só quer um pouco de atenção?
Por que não ouvir o carinho do povo? Por que ignorar pessoas que te admiram? Esse comportamento diminuiu a proximidade com os jogadores", completou Casagrande, relembrando sua época como jogador da seleção brasileira.
Por que não ouvir o carinho do povo? Por que ignorar pessoas que te admiram? Esse comportamento diminuiu a proximidade com os jogadores", completou Casagrande, relembrando sua época como jogador da seleção brasileira.