Em ano de eleição, a primeira com o futebol no comando da SAF, o Vasco já começa a ter os primeiros embates com acusações entre os grupos políticos. O ex-presidente Alexandre Campello acusou a atual diretoria de fazer o Cruz-Maltino ficar na Série B do Brasileiro por dois anos para facilitar a venda da SAF. Em resposta, a diretoria do clube repudiou as declarações e informou que tomou providência na esfera criminal e cível contra o ex-dirigente.
Em participação no no podcast "Fora do Jogo", Campello afirmou que "havia interesses em vender o clube, por isso derrubaram o time assim que assumiram, mantiveram o time na Segunda Divisão e venderam". Além disso, ele acusou a atual diretoria de ter recebido 4% de comissão pelo negócio com a 777 Partners: "Você sabe quanto é 4% de R$ 700 milhões? São R$ 28 milhões".
Já o clube respondeu em uma nota oficial e afirmou serem "caluniosas" a declaração. A diretoria recordou que, após a passagem de Campello, a dívida era por volta de R$ 850 milhões e lembrou que a lei da SAF só entrou em vigor quando o Vasco já disputava a Série B.
Sobre a acusação de ter recebido comissão pela venda, a diretoria afirmou que "o CRVG não pagou comissão sobre captação de recursos. Houve a fixação de um teto estabelecido contratualmente como limite máximo da remuneração dos diversos assessores que participaram da maior operação de M&A com vistas à formação de uma SAF até o momento realizada no Brasil. Essa gestão tem orgulho de tê-la concretizado e, com isso, permitido abrir o caminho para a reabilitação financeira e esportiva do futebol vascaíno".
Por fim, além de "tomar as medidas cabíveis", o Vasco informou que, em breve, será publicado um relatório sobre as apurações "solicitadas pelo Conselho Deliberativo de possíveis irregularidades administrativas e atos lesivos aos interesses do clube realizados em gestões anteriores".
Confira a nota oficial completa:
A Diretoria Administrativa do Club de Regatas Vasco da Gama vem manifestar seu repúdio às declarações caluniosas do senhor Alexandre Campello no podcast "Fora do Jogo", em que afirma textualmente "(...) havia interesses em vender o clube, por isso derrubaram o time assim que assumiram, mantiveram o time na segunda divisão e venderam. Você sabe qual é a comissão sobre a captação de recursos? Se não me falha a memória é algo em torno de 4%. Você sabe quanto é 4% de R$ 700 milhões? São R$ 28 milhões."
Nunca houve qualquer interesse dessa gestão em vender o clube. Houve, sim, um trabalho intenso para viabilizar financeiramente o clube que se encontrava com meses de salários atrasados e passivos da ordem de R$ 850 milhões ao final da gestão do senhor Campello e a equipe de futebol, lamentavelmente, já se encaminhava para o rebaixamento. A insinuação que haveria interesses na queda – e manutenção do time – na Série B é absurda e desrespeitosa para com o clube, atletas, comissão técnica e todos aqueles que trabalham por sua recuperação. Acresce que a lei 14.193, que instituiu a SAF, só foi editada no segundo semestre de 2021, quando o clube já disputava a segunda divisão.
Esclareça-se, por oportuno, que o CRVG não pagou comissão sobre captação de recursos. Houve a fixação de um teto estabelecido contratualmente como limite máximo da remuneração dos diversos assessores que participaram da maior operação de M&A com vistas à formação de uma SAF até o momento realizada no Brasil. Essa gestão tem orgulho de tê-la concretizado e, com isso, permitido abrir o caminho para a reabilitação financeira e esportiva do futebol vascaíno.
Tenha-se, ainda, presente que a remuneração em causa foi, inclusive, inferior à praticada no mercado de fusões e aquisicoes, e arcada pela pela Vasco SAF, já sob o controle da 777 Partners, sem incidir sobre o teto da assunção de dividas.
Por fim, informamos que já estão sendo tomadas as providências cabíveis na esfera criminal e cível para que o senhor Alexandre Campello responda pelas suas graves e caluniosas insinuações. Além disso, aproveitamos para esclarecer que as apurações solicitadas pelo Conselho Deliberativo de possíveis irregularidades administrativas e atos lesivos aos interesses do Clube realizados em gestões anteriores encontram-se em fase de conclusão e tão logo o relatório da empresa especializada seja disponibilizado será dado conhecimento aos Poderes do Clube para adoção das medidas cabíveis.