Polícia instaura inquérito e marca depoimento de Caio Paulista por denúncia de agressão à ex

A Polícia Civil instaurou inquérito nesta quinta-feira para apurar as denúncias de violência do jogador Caio Paulista à ex-namorada Clara Monteiro. Um depoimento do atleta do Palmeiras também já foi marcado na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher. Nesta semana, ela prestou depoimento e registrou Boletim de Ocorrência contra o jogador, que nega todas as acusações.

As informações foram confirmadas ao Estadão pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), que afirmou que apura as denúncias realizadas pela vítima. O depoimento do atleta foi marcado e "maiores detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial", diz a SSP em nota.

Caio Paulista, por meio de sua advogada, apresentou-se à Delegacia de Defesa da Mulher na quarta para agendar seu depoimento e, segundo sua advogada, Ana Beatriz Saguas, indicar as provas documentais e testemunhais que "irão desmentir completamente as falsas acusações de agressão contra a mãe da sua terceira filha".

A defesa do atleta alega que ele é inocente e chamou a denúncia de "farsa que será desmascarada" e criada "com intenções claras de prejudicar a imagem do atleta".

Antes, o jogador já havia negado ter agredido a ex-namorada. Segundo o lateral, há uma discussão entre ele e Clara na Vara Familiar de São Paulo sobre a pensão alimentícia e outras demandas do filho que eles tiveram juntos. Até o momento, do atleta, não houve acordo e o caso corre em segredo de Justiça.

O Palmeiras se manifestou apenas uma vez sobre o episódio. No último domingo, o clube afirmou que "acompanha de perto o caso". Até o momento, Caio Paulista não foi afastado do elenco alviverde. No fim de semana, ele foi convocado pela diretoria para uma reunião a fim de prestar esclarecimentos. A reportagem contatou o clube para entender se, com a nova movimentação no caso, novas medidas seriam tomadas. A resposta foi que não há uma nova posição.

RELEMBRE O CASO

Clara Monteiro acusa Caio Paulista de agressões que teriam ocorrido no ano passado. O assunto se tornou conhecido no último sábado, quando a mulher publicou fotos de hematomas e machucados no rosto, pernas e costelas. Foram atos de violência, segundo ela, praticados pelo atleta. O jogador nega as acusações.

Clara, que é mãe da terceira filha de Caio Paulista, publicou um texto em que afirma ter "cansado de se calar". "Não estou aqui depois de tanto tempo para deixar passar em branco. E sei que diversas mulheres passam por isso todos os dias", diz um trecho, sem citar o nome do jogador. Em seguida, foram publicadas fotos de hematoma no rosto, nas pernas e na região das costelas.

"Eu cansei. Cansei de me calar, cansei de me esconder e de me sabotar por diversas vezes devido a esta situação", desabafou Clara, que disse que as agressões lhe assombram "dia e noite". "Sei que vou levar comigo no decorrer dessa vida essa cicatriz e esse trauma misturado com esse sentimento de angústia no meu interior".

Segundo as publicações, as agressões começaram em 23 de outubro de 2023. Na época, Caio Paulista jogava pelo São Paulo. Naquele dia, o clube teve treinos e se preparava para enfrentar o Palmeiras, em 25 de outubro. O jogador afirma que o relacionamento entre os dois durou "alguns meses" e que a discussão atual na Justiça, sobre pensão, acontece "passado quase um ano do fim".

O jogador esteve em campo no domingo, quando o Palmeiras recebeu o Criciúma, pela 26ª rodada do Brasileirão. Ele foi expulso aos 23 minutos do segundo tempo. Portanto, está suspenso e não poderá enfrentar o Vasco em duelo marcado para o próximo domingo, às 16h, no Maracanã.

EM CASO DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHER

O Ligue 180 trabalha para o enfrentamento à violência contra a mulher, no qual podem ser feitas denúncias de violações contra as mulheres. A central também encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos.

Além do número de telefone 180, é possível realizar denúncias de violência contra a mulher pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil e na página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.