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'Laíla de Todos os Santos'

Por Meia Hora

Publicado às 03/03/2025 00:00:00 Atualizado às 03/03/2025 00:00:00

Kaô meu velho!

Volta e me dá os caminhos

Conduz outra vez meu destino

Traz os ventos de Oyá

Agô meu mestre

Tua presença ainda está aqui

Mesmo sem ver, eu posso sentir

Faz Nilópolis cantar

Desce o morro de Oyó

Benedito e Catimbó

O alabá Doum

Traz o terço pra benzer

E a cigana puerê

Meu Exu

De copo no palco, sandália rasteira

No chão sagrado toda quinta-feira

O brado no tambor, feitiço

Brigou pela cor, catiço

Coragem na fala sem temer a queda

O dedo na cara, quem for contra reza

Vencer o seu verbo

Gênio do ouvido perfeito

A trança nos versos

Divino e humano em seu jeito

Queria paz mas era bom na guerra

Apitou em outras terras, viajou nas ilusões

Deu voz à favela e a tantas gerações

Eu vou seguir sem esquecer nossa jornada

Emocionada, a baixada em redenção

Chama João pra matar a saudade

Vem comandar sua comunidade

Óh Jakutá, o Cristo preto me fez quem eu sou

Receba toda gratidão Obá, dessa nação nagô

Da casa de Ogum, Xangô me guia

Da casa de Ogum, Xangô me guia

Dobram atabaques no quilombo Beija-Flor

Terreiro de Laíla meu griô

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