A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) se reuniu mais uma vez, ontem, para a CPI que investiga o incêndio do CT Ninho do Urubu, que vitimou dez jovens da categoria de base do Flamengo, em fevereiro do ano passado. Rodolfo Landim, presidente rubro-negro, foi convocado, mas não compareceu, assim como na primeira reunião. Ele enviou em seu lugar o vice jurídico Rodrigo Dunshee.
O novo encontro discutiu as condições do alojamento, e se o Rubro-Negro tinha autorização para abrigar os atletas no contêiner. Representantes da Light, a empresa de energia, e da NHJ, que fornecia os contêiners ao clube, estiveram presentes. O deputado estadual Jorge Felipe Neto (PSD) pediu a cópia do contrato entre NHJ e Flamengo para saber se havia comprovação de que o local era adequado como dormitório. Fred Luz, ex-CEO do Flamengo, afirmou que o clube "não tinha motivo para acreditar que aquele tipo de alojamento era inadequado".
Rodrigo Dunshee defendeu a atual gestão. "Eu, pessoalmente, não me sinto responsável. Eu era vice-presidente jurídico e não participei em nada do procedimento que levou à morte do seu filho. Se vocês quiserem brigar comigo, eu não fico chateado, eu vou dar a outra face". Wedson Cândido, pai de Pablo Henrique, uma das vítimas, retrucou: "Não estamos aqui para brigar, mas para saber a verdade".
O deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) foi firme com a diretoria rubro-negra. "Essa CPI já mostrou que o Flamengo se acha acima do bem e do mal. O clube inaugurou um equipamento interditado e que estava interditado durante o incêndio", referindo-se à posição da Prefeitura do Rio, segundo a qual o local estava interditado desde 2017. Alexandre Knoploch (PSL) sugeriu que o Flamengo faça um jogo amistoso no Maracanã e reverta a renda para as famílias das vítimas.