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Penhora milionária do Grêmio pode abalar ainda mais os cofres do Fluminense

Tricolor carioca foi condenado a pagar mais de R$ 3 milhões ao clube gaúcho

Mário Bittencourt, presidente do Flu
Mário Bittencourt, presidente do Flu -
Rio - O Fluminense vem vivendo um drama na Justiça em processo que sofre do Grêmio nos últimos dias. O Tricolor das Laranjeiras perdeu o prazo para recorrer após sentença em primeira instância a favor da equipe gaúcha, a condenação de R$ 3.146.496,12 transitou em julgado e, agora, o clube presidido por Mário Bittencourt pode sofrer uma penhora a qualquer momento. Segundo o LANCE!, o caso originou em uma ajuda do Grêmio ao Flu em 2013 em um caso com o Clube dos Treze.

Em 2017, o Grêmio entrou com processo contra o Fluminense, cobrando o valor histórico de R$ 2.344.227,33, que resultou em R$ 3.146.496,12 após correção monetária e juros. O clube de Porto Alegre tornou-se credor dos cariocas após ter quitado a dívida do Fluminense com o credor original, o Clube dos Treze, em 20 de janeiro de 2013. A dívida inicial foi por conta de um empréstimo feito pelo Tricolor carioca junto ao Clube dos Treze.
 
No dia 11 de maio deste ano, o juiz Marcos Antonio Ribeiro de Moura Brito, da 29ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), sentenciou o Fluminense a pagar R$ 2.344.227,33, valor original da dívida, ao Grêmio, com as devidas correções e juros, em dez parcelas mensais e consecutivas, com a primeira 15 dias após o trânsito em julgado do caso. O prazo decorreu, o Flu não entrou com recurso e o trânsito acabou certificado no último 19 de agosto.
 
Com isto, a primeira parcela deveria ter sido paga até o dia 3 de setembro, o que não ocorreu. Apenas depois do trânsito em julgado que o Fluminense voltou a se manifestar no processo. Tentou reverter a decisão em primeiro grau por meio de embargos, não acolhidos pelo magistrado justamente pelo trânsito em julgado certificado. Com isto, no último dia 14, o Fluminense entrou com um recurso em segunda instância para tentar anular o trânsito.

Em segunda instância, o caso foi distribuído para a 4ª Câmara Cível do TJRJ, com relatoria da desembargadora Maria Augusta Vaz Monteiro de Figueiredo. O Fluminense pediu efeito suspensivo, afirmando que não ocorreu a intimação de seu advogado, que apenas um comunicado, pelo sistema "Push", teria sido enviado, sem publicação no Diário Oficial, alegando "erro no sistema". Alegou ainda que há risco de dano grave e difícil reparação, já que o Grêmio deu início à fase de cumprimento de sentença, podendo ser determinada a penhora de valores diante da fragilidade financeira do clube.

Nesta semana, a desembargadora relatora decidiu em indeferir o efeito suspensivo "inexistindo probabilidade de provimento do recurso". A magistrada destacou que há "certidão que informa sobre a regularidade da intimação eletrônica do advogado do recorrente, que se deu de forma tácita, considerando que ele não abriu o portal eletrônico, sendo certo que não há qualquer comprovação de que houve falha no sistema informatizado".

A magistrada ainda lembrou que "tratando-se de processo eletrônico, a intimação pode ser realizada unicamente por meio eletrônico, na forma do artigo 270, caput e parágrafo único, do Código de Processo Civil, cumulado com o artigo 9º, caput e §1º, da Lei nº 11.419/2009, inexistindo, no caso, nulidade de intimação por ausência de publicação no Diário Oficial". O Grêmio se manifestou nesta quinta-feira e aguarda o prosseguimento da execução em seu favor.

A reportagem entrou em contato com o Fluminense, mas não obteve retorno. O Grêmio não foi encontrado pela reportagem para um posicionamento sobre o caso até o momento desta publicação.