Mais uma vez a história se repete e o Fluminense perde peças importantes da equipe titular no meio do Campeonato Brasileiro. Aconteceu em 2017 com Richarlison, em 2019 com Everaldo, Luciano e Pedro, e agora Evanilson se junta a Gilberto como ex-jogador do clube. O pior é que o Tricolor não tinha poder de veto e vai ficar apenas com 30% do que será pago pelo Porto pelo atacante de 20 anos, vice artilheiro na temporada com nove gols.
Quando perdeu, Richarlison, na 16ª rodada, Luciano (8ª), Pedro (14ª)e Everaldo (2ª), o Fluminense não conseguiu repor à altura, o desempenho ofensivo caiu bastante e o clube sofreu nos Brasileiros de 2017 e 2019. Em relação a Gilberto, a busca por um substituto continua enquanto Igor Julião e Calegari não conseguem manter o nível do ex-titular. Para o lugar de Evanilson, Fred e Marcos Paulo são as opções no momento.
O caso de Evanilson é simbólico. Como ele demorou a se destacar no sub-20, não foi procurado com antecedência pela diretoria tricolor para renovar o contrato, que se encerrava em fevereiro deste ano. Quando o Fluminense, que detinha 60% dos direitos econômicos, buscou um acordo, já era tarde e o atacante estava para assinar pré-contrato com o Tombense, gerenciado por Eduardo Uram, um de seus empresários.
Evanilson, que estourou no sub-20 em 2019 e estreou nos profissionais apenas no fim do Brasileiro, poderia ter saído de graça se a negociação com o Benfica tivesse se concretizado em dezembro. Como não aconteceu, o Fluminense conseguiu mantê-lo por empréstimo de dois anos, num acordo para ficar com 20% dos direitos econômicos e mais 10% de taxa de vitrine. Entretanto, ficou nas mãos dos empresários, que só precisavam comunicar à diretoria da venda. E foi o que aconteceu.
Ao se destacar nesta temporada, o atacante de 20 anos começou a receber propostas de clubes brasileiros e do exterior. O projeto de carreira oferecido pelo City Group, que comanda vários clubes como o Manchester City, não agradou aos representantes de Evanilson, que conversavam também com o Crystal Palace quando o Porto entrou na jogada e acertou a contratação.
Ao Fluminense, coube tentar um acordo para segurá-lo até o fim do Brasileiro, o que não aconteceu. Além dos 30% que terá direito da negociação, receberá 6% do lucro que o Tombense tiver numa futura venda. Em nota, o clube confirmou os termos da negociação e revelou que "tentou a permanência do atleta até o final do Campeonato Brasileiro, mas o clube português não flexibilizou e exigiu a ida do atleta de forma imediata".