Pressão é a palavra que resume o momento do Vasco. O atraso salarial, a escassez de reforços, a crise política, assim como o futebol pouco convincente permeiam a busca da afirmação do Cruzmaltino em 2020. De volta ao Maracanã, a equipe vê a chance de selar a paz com a torcida no chamado 'jogo do ano' com o ABC-RN, hoje, às 21h30, pela Copa do Brasil. Além da premiação de R$ 1,5 milhão pelo avanço à terceira fase, uma boa atuação pode renovar o fôlego de Abel Braga e a paciência dos vascaínos.
Sob desconfiança, o Gigante da Colina apostou alto ao trocar São Januário pelo Maracanã e convocar sua torcida para lotar o estádio com a campanha, em tom de desafio, de levar 60 mil pessoas para o confronto com cara de decisão, não apenas no aspecto financeiro, mas também no moral. Afinal, a vaga será definida nos pênaltis, em caso de empate. "Esperamos passar amanhã (hoje). Com todo respeito ao ABC, que tem um futebol muito vertical, nós temos que passar. É minha vontade e dos jogadores que tenhamos uma atuação convincente", disse Abel.
A sobrevivência na Copa do Brasil é fundamental para o equilíbrio financeiro do clube. O campeão pode acumular até R$ 72,8 milhões em premiação. O Vasco já garantiu R$ 2,4 milhões e vislumbra mais R$ 1,5 milhão pela classificação. O clube deve dois meses de salário aos jogadores (dezembro e janeiro), além de cinco meses de direito de imagem, férias e a segunda parcela do 13º. Em protesto, os jogadores decidiram cancelar as entrevistas. Abelão, no entanto, garante que o ambiente continua sadio. "O vestiário está ótimo. Foi uma maneira que os jogadores encontraram de mostrar que estão aqui. Esse problema acontece há tempos", disse.