Uma operação do Ministério público Federal, ontem, na Alerj, prendeu 10 deputados do Rio, acusados de fazerem parte de um esquema de corrupção, com direito a lavagem de dinheiro, além de loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada no Detran e até em empresas. Além dos deputados estaduais, foram presos também um deputado federal, um vereador e membros do Poder Executivo. A operação, denominada Furna da Onça, é desdobramento da Operação Lava Jato no estado e faz referência a uma sala onde os deputados se reúnem antes das sessões, no Palácio Tiradentes, cumpriu 22 mandados de prisão (três preventivas e 19 temporárias) e 47 de busca e apreensão.
A movimentação ilícita da quadrilha chegou a mais de R$ 54 milhões. Parte desse dinheiro foi obtido por meio do sobrepreço de contratos e entregue aos políticos até mesmo na Assembleia Legislativa (Alerj).
Para o Executivo estadual garantir a aprovação de leis e apoio político, deputados receberam, de 2001 a 2014, mensalinhos e prêmios que variavam de R$ 20 mil a R$ 3,3 milhões, o que levou à Casa ser batizada de 'propinolândia' pelo procurador regional Carlos Aguiar. "A Alerj se transformou numa verdadeira 'propinolândia', tamanho eram os benefícios passados a esses deputados em troca de apoio. Tudo isso em detrimento da população do Rio", afirmou o procurador-regional da República Carlos Aguiar.
Relatório do Tribunal de Contas do Estado, entre 2008 a 2013, mostra que, em virtude de renúncia fiscal, o Rio deixou de arrecadar de R$ 138,6 bilhões. Parte dos benefícios foi aprovada pelos dez deputados presos.