O corpo da jovem Marina Silva, de 22 anos, morta por uma bala perdida dentro de casa, na noite de quinta-feira, foi sepultado ontem à tarde, no Cemitério do Catumbi, na região central do Rio. Cerca de 25 parentes e amigos se despediram de Marina, mãe de dois meninos, de 1 e 4 anos de idade. Quando foi atingida, por volta de 19h, ela estava preparando um café na cozinha de casa, na comunidade da Palmeirinha, em Guadalupe, na Zona Norte. Uma bala perdida a atingiu na cabeça. A PM informou que não havia operação na comunidade.
"Só mais uma, virou estatística. Quem será o próximo?", questionou Cintia Mesquita, de 43 anos, sogra de Marina, que deverá ficar responsável pelos filhos dela. O pai de uma das crianças, filho de Cintia, morreu aos 20 anos, vítima de um infarto fulminante. "Agora vamos seguir, juntar forças e seguir", disse.
Segundo parentes, Marina estava com a mãe, os irmãos e os dois filhos, quando começou um tiroteio na comunidade. Uma bala atravessou a janela e atingiu a jovem, que desabou nos braços da mãe. Parentes a colocaram em uma moto e tentaram levá-la para o hospital. No meio do caminho, policiais que faziam patrulhamento na Rua Gonçalves Lima ajudaram a socorrer a jovem, que não resistiu ao ferimento e chegou morta ao Hospital Estadual Carlos Chagas.
De acordo com Delegacia de Homicídios (DH), foi instaurado inquérito para apurar as circunstâncias do tiroteio que resultaram na morte da jovem. "Por isso que eu só vou na favela para dormir. Só assim para entrar e sair de lá viva!", exclamou um dos presentes ao enterro, que não quis se identificar com medo de sofrer represálias. "Lembrem por favor que ela era uma menina muito boa, do bem. Muito alegre, sempre pra cima", pediu a sogra de Marina.