Moradores do Cocotá, na Ilha do Governador, estão apreensivos com a reestruturação do Centro Municipal de Saúde (CMS) Paulino Werneck, onde funciona uma Clínica da Família. Nesta quinta-feira, enquanto pacientes aguardavam atendimento, parte do mobiliário da unidade já estava sendo retirada do local. Pacientes e funcionários disseram que não foram avisados sobre a mudança.
A doméstica Lindalva Moreno Duarte, de 58 anos, tentou marcar uma consulta para a mãe, de 87 anos, mas não conseguiu. "Estou dependendo de saber para onde a clínica vai ou se a clínica fechará. Minha mãe está perdida, pois não temos condições de pagar um plano de saúde", disse, apreensiva.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que o espaço físico onde funciona o CSM será reestruturado para permitir a abertura de um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi).
Quem mora em outras áreas da cidade também está sendo afetado pelo problema, já que funcionários de algumas Clínicas da Família entraram em greve na quinta-feira por causa de atrasos nos salários.
Segundo um informativo da Organização Social Viva Rio, somente o vale-refeição e o vale-transporte foram pagos devido à falta de repasse mensal da prefeitura e ainda não foram depositados o salário de dezembro e o 13º.
Por nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que "nenhum serviço será encerrado e nenhum usuário da rede de Atenção Primária (Centos Municipais de Saúde ou Clínicas da Família) deixará de ser atendido".
A prefeitura reforçou que estão em andamento os trâmites para o repasse dos R$ 135,1 milhões para as organizações sociais (OSs) que não têm pendências em suas prestações de contas.