Os profissionais que atuam nas 210 Clínicas da Família do município do Rio decidiram, em assembleia ontem, na quadra da Unidos da Tijuca, por uma paralisação de 48 horas, a partir de hoje. A decisão é em protesto contra a falta de pagamento dos salários pelas Organizações Sociais (OS), vinculadas à prefeitura.
Além da paralisação completa das clínicas, a assembleia dos trabalhadores da saúde também decidiu que as emergências e urgências do município funcionarão em regime de apenas 30% da escala presencial.
Segundo o diretor do Sindicato dos Médicos do Rio (SinMed-RJ), Dario Pontes, dois meses de atraso de salário, falta de insumos e medicamentos e não pagamento do décimo terceiro motivaram a paralisação.
Conforme o presidente do SinMed, Alexandre Telles, há cerca de 15 mil profissionais com salários atrasados na rede municipal de saúde. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de clínicas da família, hospitais e emergência e urgência e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
"Apenas as clínicas da família vão entrar em paralisação de 48 horas. São unidades que não têm serviços de urgência e emergência. São atendimentos ambulatoriais, com hora marcada", explicou Telles.
Ainda conforme o presidente do SinMed, as Organizações Sociais não estariam recebendo os repasses da prefeitura:"Isso é o verdadeiro desmonte da saúde pública, que não está sendo vista como prioridade".