O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) gerou mais um clima de crise política após campanha publicitária contra recomendação de isolamento social da Organização Mundial da Saúde (OMS). Sob o slogan 'O Brasil não pode parar', incentiva a reabertura de comércios e escolas. A iniciativa provocou fortes reações de prefeitos, governadores e parlamentares, que ameaçam ir à Justiça contra o Planalto.
A campanha faz parte da estratégia do governo para divulgar ações consideradas necessárias pelo presidente. Bolsonaro desqualifica a todo tempo o regime de quarentena e dá mais ênfase à questão econômica. Ele usou suas redes sociais para defender a iniciativa e compartilhou vídeo de carreata, em Santa Catarina, contra o isolamento social.
Em resposta, a Frente Nacional dos Prefeitos enviou ao presidente uma carta questionando se a União assumirá as responsabilidades que cabem aos governos locais, como atendimento direto à população. O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), considerou a estratégia de Bolsonaro "desastrosa".
A reação mais forte partiu de João Doria (PSDB), de São Paulo, que chamou Bolsonaro de "irresponsável". "Enquanto alguns preferem desprezar vidas, não é racional fazer política com saúde, com a vida das pessoas, especialmente, as mais pobres e vulneráveis. O mundo inteiro está errado e o único certo é o presidente Bolsonaro?", questionou.